“A Última Parada do Arizona”: Um thriller sobre o acaso e o imprevisível

Filme: A Última Parada do Arizona, 2024

Direção: Francis Galluppi

Elenco: Jim Cummings, Jocelin Donahue, Richard Freio, Nicolau Logan, Connor Paulo

Onde assistir: Netflix

Sinopse: Enquanto aguarda o próximo caminhão de combustível numa parada no meio do nada no deserto do Arizona, um vendedor ambulante se vê em uma situação de refém de alto risco com a chegada de dois assaltantes de banco que não medirão esforços para proteger sua fortuna ilícita. E há uma garçonete que também vira refém.

Comentário: O filme “A Última Parada do Arizona” é um thriller de alto nível e se passa nos anos 70. O seu roteiro é simples (ver sinopse), mas a sua narrativa é de tirar o fôlego, deixando o espectador tenso, assim como os próprios personagens do filme, e preso do início ao fim sem saber o que vai acontecer ao longo da história. Assistimos a um conto de beira de estrada sobre o acaso e o imprevisível. A maior parte do filme é dentro de uma lanchonete isolada que atende pessoas no meio do deserto. Todos param no local principalmente para abastecer seus carros, mas o combustível acabou no posto de atendimento. Muitas pessoas diferenciadas vão chegando e se acumulando. Ninguém conhece ninguém e existem dois assaltantes de banco que somente outras duas pessoas sabem e não podem fazer nada. Por enquanto. O diretor estreante Francis Galluppi, muito promissor, nos presenteia com um filme psicológico e cheio de surpresas e reviravoltas. O mal e o bem se misturam numa convivência sufocante. Como o deserto é silencioso, a narrativa constrói um ambiente de falsa calmaria, pois as expectativas estão à flor da pele. O elenco é muito bom. Sabe-se pouco sobre os personagens. O que importa é que estão todos num local sem saber até quando ficarão e o que pode acontecer. Deserto, incapacidade (o combustível está atrasado) e bandidos, esses três vetores estabelecem uma atmosfera claustrofóbica que pode explodir. E é o que acontece. As emoções e situações contidas e mal resolvidas vão desencadear uma violência que não vai parar. Para a tristeza dos assaltantes de banco, todos na lanchonete estão armados. O filme, e sua explosão de violência e sangue, possui uma nítida influência dos filmes dos diretores americanos Joel e Ethan Coen e Quentin Tarantino. E, quando existe uma boa grana na jogada, o que achávamos ser um homem bom, acaba também se tornando um assaltante. E o que aconteceu com o caminhão de combustível que chegaria? O filme explica em poucos momentos.

Cenas de “A Última Parada do Arizona”, 2024