O filme “Jesus de Nazaré” foi concebido originalmente como uma minissérie para televisão. Depois é que foi para o cinema, com uma nova montagem para reduzir o longo tempo de duração de cerca de seis horas. É, ao longo de toda a história do cinema, a maior produção feita de um filme sobre a vida de Jesus. Nenhuma produção desse gênero reuniu um elenco tão estelar e uma produção que demandou muitos recursos e muito tempo de trabalho. Mas valeu a pena, pois o filme é grandioso e mostra um Jesus absolutamente cativante e emocionante
Consta que o próprio Papa Paulo VI pediu que o produtor Lew Grade fizesse o filme, quando o encontrou no Vaticano para parabenizá-lo por outra produção bíblica anterior, “Moisés, O Legislador” (1974). Após a realização e o sucesso do filme, o mesmo Papa aprovou o resultado final e tornando o filme o mais apreciado pelo Vaticano sobre a vida de Jesus, apesar do filme alterar algumas passagens do evangelho e acrescentar outras que não constam na Sagrada Escritura. Mas o produto final é muito belo e fascinantes.
O papel de diretor foi oferecido ao italiano Franco Zeffirelli, um católico convicto. Zeffirelli já havia feito em 1968 a adaptação mais popular de uma obra de Shakespeare para o cinema, o aclamado “Romeu e Julieta”. E depois faria outro filme religioso sobre a vida de São Francisco, “Irmão Sol, Irmão Lua”, em 1972. A escolha do ator Robert Powell para ser Jesus, que faria o papel de Judas, se deu quando Zeffirelli o viu no set de filmagem descansando e, após sentir algo como um transe espiritual, decidiu escalá-lo imediatamente para o papel. O Jesus do ator Robert Powell foi tão iluminado que sua figura se tornou uma das imagens mais difundidas de Cristo pelo mundo.
O diretor Franco Zeffirelli e o ator Robert Powell, uma parceria que deu muito certo
O filme acompanha toda a vida conhecida de Jesus Cristo: do seu nascimento em Belém, um pouco de sua infância, suas peregrinações na Galileia, Cafarnaum e Jerusalém, até sua morte e ressureição. O filme altera algumas passagens do texto sagrado a título de ficção cinematográfica e cria outros eventos que não estão explícitos nos evangelhos, mas que são verosímeis, ou seja, possíveis de terem ocorridos.
Jesus nasce em Belém numa estrebaria de animais, porque a cidade estava cheia de pessoas que participavam do censo romano, o recadastramento do povo judeu. Sua mãe Maria (Olivia Hussey), e seu pai José (Yorgo Voyagis), recebem a visita de três Reis Magos, Balthazar (James Earl Jones), Melchior (Donald Pleasence) e Gaspar (Fernando Rey), também conhecidos como astrônomos, que seguiram uma estrela no firmamento até o local do menino Jesus.
O profeta João Batista (Michael York), nascido de Isabel e Zacarias, e primo de Jesus, é aquele que batiza o povo na água para o arrependimento dos pecados. Foi o mensageiro de Jesus, aquele que anunciou a chegada do Messias, aplainou as suas veredas. Jesus é batizado por ele no rio Jordão. Em seguida, Jesus vai para o deserto ser tentado por satanás e depois inicia sua vida pública.
Jesus, na Sinagoga, lê passagem do profeta Isaías e declara que o tempo do Messias chegou. Mas não é compreendido, pelo contrário, alegam que ele blasfema. Ele, então, se retira e inicia sua vida pública anunciando o perdão dos pecados, curas e a boa nova do Reino de Deus. Escolhe 12 discípulos, entre eles Simão (James Farentino), ao qual chamou de Pedro (que significa rocha).
Jesus realizou inúmeros milagres, sinais, curas: transformou água em vinho, curou cegos, paralíticos, leprosos, doentes de todo tipo, andou sobre as águas, acalmou a tempestade, ressuscitou mortos e limpou endemoniados. O filme apresenta alguns importantes milagres como a cura do servo do centurião romano (Ernest Borgnine) e a multiplicação dos pães.
Durante suas pregações e ensinamentos, Jesus recitou lindamente o sermão da montanha, considerado a constituição do Reino de Deus e onde ele afirma as predileções de Deus pelos pobres, mansos, pacíficos, injustiçados e misericordiosos. Foi também por essa ocasião que ele ensinou a oração mais importante do cristianismo: O Pai nosso.
Lázaro, e suas irmãs Marta e Maria, eram muito amigos de Jesus. Ele pernoitava e se alimentava em sua casa. Quando soube de sua morte, Jesus chorou e o ressuscitou numa das maiores demonstrações de seu amor e poder. O milagre foi visto por muita gente e depois Lázaro teria participado de outras reuniões com Jesus, sempre em sua casa.
Maria Madalena (Anne Bancroft) era pecadora e Jesus teria tirado muitos demônios dela. Mas logo ela se tornaria um de seus discípulos mais fervorosos e próximos dele. Maria Madalena teve a honra e a glória de ter sido a primeira a vê-lo ressuscitado. Jesus também perdoou a mulher adúltera (Cláudia Cardinale), ato que era julgado com a morte, numa atitude de profunda compaixão.
Jesus pregava e fazia milagres em várias cidades e lugares diferentes. Teve uma ocasião especial em que sua entrada na cidade de Jerusalém foi triunfal, o chamado Domingo de Ramos, onde ele declarou que Jerusalém seria destruída e expulsou os vendilhões do Templo. A partir daí, Jesus teria muitos problemas com os líderes judaicos e seria traído e depois capturado no Horto das Oliveiras. Numa reunião no Sinédrio, o Conselho Supremo judaico liderado pelo sacerdote Caifás (Anthony Quinn), Jesus foi condenado.
Sabedor de que sua hora estava chegando, de ser traído, preso e condenado à crucificação, Jesus realiza a última ceia onde reúne seus 12 discípulos, anuncia o traidor Judas e faz o ritual do seu corpo e do seu sangue que serão ofertados pelo perdão dos pecados. Nessa ceia, Jesus declara um novo mandamento: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.
Jesus foi enviado pelos judeus ao Governador romano Pôncio Pilatos, que, então, daria a sentença final, se seria crucificado ou apenas açoitado. Pilatos não queria condenar Jesus à morte, não via motivo para isso, mas foi pressionado e ofereceu uma escolha entre ele e o bandido Barrabás. Derrotado, Jesus foi entregue para ser crucificado.
Em direção ao local da crucificação, o chamado Cálvario, Jesus percorreu 14 estações em sua “via crucis”, dentre elas o encontro com sua mãe Maria, e sofreu muito. Perto de morrer e de entregar seu espírito ao Pai, Jesus pediu o perdão para seus algozes. Ao seu lado esquerdo e direito, dois ladrões foram também crucificados, sendo que um deles, de maneira humilde e confiante, pediu a sua salvação, o que foi atendido por Jesus.
No terceiro dia após a morte de Jesus, Maria Madalena e outros discípulos testemunharam a ressureição de Jesus que, logo depois, se apresentou aos seus discípulos e prometeu a vida eterna aos que nele tem fé e a sua proteção também eterna. Tomé, um deles, só acreditou quando o viu e tocou em suas feridas. Jesus apareceu muitas vezes após ressuscitado e depois “subiu” ao céu.
Jesus Cristo é a pessoa mais importante da história. Após 2000 anos de sua vinda, continua uma figura fascinante, forte, discutida, sinal de contradição entre as pessoas, analisada, amada e seguida por bilhões de pessoas pelo mundo. Sua vida foi um exemplo de amor e compaixão. Sua mensagem é cativante, bela, profunda, edificante, não exclui ninguém desde que as pessoas se arrependam de seus erros e sigam a jornada do bem. A reconciliação entre os seres humanos e com Deus é sua grande meta.
Jesus combatia muito as lideranças religiosas da época por não abrirem seus corações à sua mensagem de salvação e chamava muita a atenção contra a hipocrisia, o materialismo, a falta de fé, a desunião e a mentira. Curou todo tipo de doença física, mas o mais importante é a cura espiritual, entregar-se a Deus de peito aberto, sem medo, e com fé. Seu movimento, que começou com apenas 12 discípulos, sendo que um o traiu, foi crescendo como um grão de mostarda. De uma pequena cidade em Nazaré, na Galileia para o mundo todo.
Jesus preconiza a justiça, o perdão e a paz, mexe profundamente com o nosso interior, abre nossos corações, inclui todos os tipos de marginalizados: pobres, aleijados, párias sociais, doentes, mulheres, crianças, prostitutas, cobradores de impostos e todo tipo de pessoa que queira mudar para melhor, amar, viver na plenitude a aventura do bem. Todos os alijados, socialmente e espiritualmente, de ontem e de hoje, são seus amigos. Jesus também é duro com aqueles que não querem mudar, expõe suas mazelas interiores, suas falhas, seus corações de chumbo. Jesus tem o coração do tamanho do mundo, é manso e amoroso. E sua misericórdia é infinita.
Cenas de “Jesus de Nazaré”, 1977
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