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“O Trem Italiano da Felicidade”: Pobreza, resiliência e humanidade

“O Trem Italiano da Felicidade”: Pobreza, resiliência e humanidade

Sinopse: Em 1946, na cidade de Nápoles, Itália, a pobreza é assustadora. O país tenta se reerguer dos escombros da segunda guerra mundial. Uma Mãe, Antonieta, (protagonizada por Serena Rossi) e seu filho (um garotinho chamado Amerigo de sete anos e protagonizado por Stefano Accorsi) lutam nas ruas para conseguir a comida de cada dia. A situação social é terrível, até que a mãe toma a decisão de enviar seu filho, sozinho, num trem com muitas crianças para o norte do país onde elas serão melhor tratadas. Amerigo sofre com a separação da mãe e terá de conviver com outra família que mudará sua vida.

Comentário: O filme é baseado no romance best-seller da escritora Viola Ardone e explora acontecimentos reais. Trata-se, ao mesmo tempo, de um drama e de uma aventura onde um garotinho, através de uma viagem de trem e de uma nova família, vai mudar sua vida para sempre, adquirindo consciência das coisas e fazendo escolhas difíceis para o resto da vida. Somente muito tempo depois, já adulto e um grande violinista, ele descobrirá uma verdade dolorosa após a morte de sua mãe. Uma das coisas interessantes do filme é a atuação de crianças, o que nos remete para o movimento cinematográfico do neorrealismo italiano do pós-guerra que tratava exatamente das mazelas sociais e carregava dentro de si um profundo humanismo.  Esse esforço de melhorar a vida das crianças pobres em comboios de trens para serem amparadas por outras famílias de melhor poder de renda e, portanto, capazes de se solidarizarem materialmente com elas foi uma iniciativa do Partido Comunista Italiano (PCI). Ao contrário do que se dizia que os comunistas eram ferozes e comedores de criancinhas, a verdade é que eles contribuíram para minimizar os impactos sociais terríveis do pós-guerra junto à juventude, principalmente combatendo a fome e dando apoio na criação de muitos garotos.  Amerigo vai se adaptando com uma nova mãe, Derna, (protagonizada por Barbara Ronchi) e, ao receber um violino de presente de sua nova família, define seu futuro. Ele não conseguirá mais voltar à sua triste condição de vida do passado. E isso será uma decisão sem retorno. Quando volta à Nápoles para o enterro de sua mãe, uma verdade desconhecida é revelada. O filme é extremamente comovente, sincero e humilde. Explora temas como pobreza, resiliência e humanidade, oferecendo uma visão emocionante e profunda de uma Itália marcada pela guerra, mas cheia de esperança.

Cenas de “O Trem Italiano da Felicidade”, 2024

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