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Uma homenagem ao cinema de Billy Wilder no Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS)

Uma homenagem ao cinema de Billy Wilder no Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS)

O Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo homenageia até janeiro de 2025 o cinema de Billy Wilder.  A exposição convida os visitantes a interagir presencialmente com recriações de cenários e um panorama de seus filmes mais influentes.

A exposição faz um percurso pela extensa filmografia de Billy Wilder, destacando 13 dos seus 27 longas-metragens. Entre cartazes, fotografias de bastidores, stills de filmes, cenas selecionadas e editadas exclusivamente para a mostra, objetos de cena, figurinos originais usados nas gravações e depoimentos em vídeo de pessoas que conviveram com o diretor, a exposição consegue aproximar o visitante do fazer cinematográfico, ao mesmo tempo que apresenta e instiga o público sobre a trajetória profissional do homenageado.

Indo desde o primeiro longa-metragem que dirigiu, “Semente do mal” (1934), a exposição faz um passeio que vai muito além da obra de Wilder, ao proporcionar uma viagem pelo próprio cinema. O percurso vai num crescente, exibindo não só a habilidade de comunicação do seu criador, como também expondo os anseios de uma plateia cada vez mais ávida por histórias envolventes e contagiantes.

Billy Wilder, nascido Samuel Wilder, (1906-2002) foi um cineasta e roteirista americano. Ele nasceu em Sucha Beskidzka, Polônia, uma cidade na Áustria-Hungria na época de seu nascimento. Sua carreira em Hollywood durou cinco décadas, e ele é considerado um dos cineastas mais brilhantes e versáteis do cinema clássico de Hollywood, a chamada Era de Ouro. Ele recebeu sete Oscars (entre 21 indicações), um BAFTA, a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes e dois Globos de Ouro.

Wilder se tornou um roteirista enquanto vivia em Berlim. A ascensão do Partido Nazista e do antissemitismo na Alemanha o fez se mudar para Paris. Ele então se mudou para Hollywood em 1934, e teve um grande sucesso quando ele, Charles Brackett e Walter Reisch escreveram o roteiro do filme indicado ao Oscar por Ninotchka (1939). A partir daí, Billy Wilder estabeleceu sua reputação como diretor e recebeu sua primeira indicação ao Oscar de melhor Diretor com o filme noir Double Indemnity (1944). Daí para frente, realizou grandes filmes aclamados pela crítica cinematográfica e muitos prêmios em Hollywood e pelo mundo afora.

As escolhas de direção de Wilder refletiam sua crença na primazia da escrita, já que ele era um grande roteirista. Os filmes de Wilder têm um enredo conciso e diálogos memoráveis. Apesar de seu estilo de direção conservador, seu assunto frequentemente ultrapassava os limites do entretenimento convencional. Ele explorou muito as crônicas sociais, os costumes e deu um tratamento satírico aos melodramas. Era um cineasta mordaz.

O cineasta Billy Wilder em duas épocas

A mostra sobre Billy Wilder apresenta ao público salas dedicadas exclusivamente a filmes selecionados pela curadoria, entre eles “Pacto de sangue” (1944), sua mais clássica incursão no cinema noir; “Se meu apartamento falasse” (1960), comédia ácida sobre as relações profissionais e pessoais, com Shirley MacLaine no elenco; “Farrapo humano” (1945), um drama sensível sobre a doença do alcoolismo; e “A vida íntima de Sherlock Holmes” (1970), um suspense bem-humorado sobre o personagem criado pelo britânico Sir. Arthur Conan Doyle. 

O cineasta Billy Wilder e a atriz Shirley MacLaine

A mostra não deixa de lado as contribuições incontornáveis de Billy Wilder que contaram com a musa e ícone pop Marilyn Monroe no elenco: “Quanto mais quente melhor” (1959), uma espécie de conto shakespeariano vanguardista sobre dois amigos fugindo da máfia, e travestidos de mulher, e “O pecado mora ao lado” (1955), responsável por uma das cenas mais icônicas do cinema ocidental: Marilyn com seu vestido branco esvoaçante em cima da grade do metrô. 

O cineasta Billy Wilder e a atriz Marilyn Monroe

Entre as galerias exclusivas da mostra, está também a do filme que se tornou seminal para o cinema moderno, “Crepúsculo dos Deuses” (1950), vencedor dos prêmios Oscar de Melhor Roteiro Original, Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Sonora. O filme mostra uma versão pouco explorada dos bastidores da fama e do poder em Hollywood, protagonizado por uma estrela decadente e um roteirista em busca de ascensão. Os destaques da exposição contam, ainda, com os longas “A montanha dos sete abutres” (1951), “O inferno nº 17” (1953), “Sabrina” (1954), “Testemunha de acusação” (1957) e “Irma La Douce” (1963).

O cineasta Billy Wilder no set de seu filme clássico “Crepúsculo dos Deuses”, 1950

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