A lanterna mágica e a era pré-cinema
A Lanterna Mágica foi criada como um aparelho para projeção de imagens sobre vidro pintadas em cores translúcidas. É composto por uma fonte luminosa, que nas primeiras lanternas era uma simples vela ou um candeeiro a petróleo, um refletor, um condensador e uma objetiva. Foi o primeiro aparelho destinado a projeções coletivas.
As origens deste aparelho foram investigadas nos mais antigos documentos de óptica. Não existe uma data certa que testemunhe a sua invenção, mas atribui-se ao célebre astrônomo holandês Christian Huygens, em 1659, uma das primeiras descrições da lanterna mágica.
Alguns anos depois, o dinamarquês Thomas Walgenstein utiliza a lanterna como aparelho para realizar espetáculos, enquanto o padre jesuíta alemão Athanasius Kircher aproveita as suas potencialidades, transformando-o num eficaz instrumento de pedagogia religiosa, em 1671.
A lanterna mágica durou muito tempo até que fosse superada tecnicamente por outros aparelhos. Até hoje a lanterna mágica é utilizada como entretenimento. O prestigiado cineasta sueco Ingmar Bergman intitulou sua autobiografia com o nome de “Lanterna Mágica” fazendo uma saudosa homenagem a essa primordial linguagem visual.
A primeira imagem movimentada
No ano de 1878, o fotógrafo inglês Eadweard J. Muybridge fotografou na Califórnia com sucesso o galope de um cavalo quadro a quadro, usando uma série de câmeras estereoscópicas, a uma distância de 21 polegadas umas das outras, tomando retratos em um milésimo de um segundo.
Essa série de fotos, tiradas onde hoje é a Universidade Stanford (Califórnia, EUA), foi chamada The horse in motion e mostra que todos os cascos do cavalo ficam fora da terra – embora não com as patas completamente estendidas, como os ilustradores contemporâneos tenderam a imaginar, mas um pouco dobradas sob o cavalo, “puxando” as patas dianteiras e “empurrando” as patas traseiras.
O celulóide e a película cinematográfica
É atribuída ao empresário John Wesley Hyatt a invenção do celulóide a partir do composto de nitrato de celulose e de cânfora, surgindo em 1869 como o primeiro plástico comerciável, que mais tarde servirá de base à película cinematográfica.
Em 1887 o reverendo norte-americano Hannibal Goodwin foi quem desenvolveu um filme à base de celulóide transparente que era resistente, mas flexível. Esta base podia ser coberta por uma película de produtos químicos sensíveis à luz. Podia-se tirar uma série de fotos com esse filme (película), que se movia rapidamente dentro da câmara.
A invenção de Goodwin na época significou uma revolução, uma vez que as imagens, antes, só podiam ser gravadas em lâminas de vidro sensíveis à luz. Com o advento do celulóide, o filme se tornou praticamente infinito, já que passou a ser possível colar quantos filmes se quisesse uns nos outros. A seqüência de 24 quadros por segundo é o que o olho humano registra como uma imagem fluida.
Mas foi George Eastman, um pioneiro na fabricação de equipamento fotográfico e criador da Kodak, quem produziu a película (filme) perfurada.
Thomas Edison e o cinetoscópio
A captura da “imagem-movimento”, que originou o cinema, foi possível a partir de 1889 com a criação do cinetoscópio pelo inventor norte-americano Thomas Edison e seu assistente de laboratório William Dickson. O aparelho era individual e continha uma película de celulóide capaz de guardar as imagens e depois projetá-las em lentes.
O espectador do cinetoscópio tinha de observar as imagens no interior de uma câmara escura por meio de um orifício em que colocava um dos olhos. Nesse sentido, a experiência visual proporcionada pelo cinetoscópio não podia ser feita coletivamente. Segundo fontes históricas Thomas Edison não patenteou o aparelho e outros inventores, sobretudo da Europa, aperfeiçoaram o modelo.
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