História do Cinema
O  Surgimento do Cinema e seus precursores

O Surgimento do Cinema e seus precursores

O cinematógrafo

O cinema nasceu na Europa. Em 1892, o francês Léon Bouly aprimorou as técnicas de captação e projeção de imagens através de um novo aparelho que deu o nome de cinematógrafo.O cinematógrafo de Bouly conseguia fazer a gravação e a projeção de “imagens-movimento” em tela, possibilitando a visualização coletiva.

cinematógrafo

O cinematógrafo era um aparelho que registrava um grande número de fotogramas que, quando rodados seqüencialmente, davam a ideia de movimento de imagens. Segundo algumas fontes históricas, Bouly não tinha recursos para patentear o novo invento

Diante disso, couberam aos irmãos August e Louis Lumière, também franceses, realizar o feito após alterações e aperfeiçoamentos técnicos no aparelho. Em 1895 entraram para a história como os primeiros a realizarem pequenos filmes e exibirem publicamente imagens cinematográficas em telão coletivo.

Os Irmãos Lumière

Os irmãos franceses August e Louis Lumière eram engenheiros e são considerados os precursores do cinema. Eram filhos de um industrial chamado Antoine Lumière, fotógrafo e fabricante de materiais e películas cinematográficas, proprietário de uma fábrica instalada na cidade francesa de Lyon.

Os irmãos Lumière

Os irmãos Lumière foram os grandes divulgadores do cinematógrafo e responsáveis pela realização e projeção dos primeiros filmes. Entretanto, não prosseguiram no cinema, pois o consideravam apenas como uma ferramenta documental de registros do cotidiano e, portanto, não vislumbravam futuro. O cinematógrafo dos Lumière eram, ao mesmo tempo, câmera de filmar e projetor dos filmes.

Os primeiros filmes

O primeiro filme que Auguste e Louis Lumière exibiram em 1895 foi “La Sortie de L’usine Lumière à Lyon” (A saída da fábrica Lumière em Lyon), mostrando trabalhadores após um dia de serviço e projetado na primeira sala de cinema do mundo, o L’Eden Théâtre, no sudeste da França.

Contudo, a verdadeira divulgação do cinematógrafo e considerada a primeira sessão de cinema, com boa publicidade e entradas pagas, teve lugar em Paris, no Grand Café, situado no Boulevard des Capucines, em 28 de dezembro de 1895.

Em seguida, os Lumière projetaram “L’Arrivée d’un train en gare de La Ciotat” (A chegada de um trem na estação da Ciota). Esse filme curto apavorou o público. A imagem do trem que passava na estação parecia que ia sair da tela e atingir os espectadores. Houve gente que saiu correndo.

Logo, os irmãos Lumière conseguiram chamar a atenção de um público bem diversificado nessa época. As exibições que faziam para divulgar o cinematógrafo incitaram a imaginação de mágicos, hipnotizadores, ilusionistas, especialistas em efeitos de trucagem, cenógrafos, diretores de teatro etc

As imagens dos primeiros filmes eram curtas e fixas, num mesmo plano, com câmera estática. Era, na verdade, apenas um registro de uma situação específica.

Primeiros filmes

A primeira diretora do cinema, uma mulher pioneira e esquecida

Alice Guy-Blaché

A primeira pessoa a explorar a via narrativa do cinema, ou seja, dirigir um filme contando uma história foi a francesa Alice Guy-Blaché. Ela fez o primeiro filme de não-ficção da história baseado num conto popular, “A fada dos repolhos” em 1896.  Alice Guy chegou a produzir, administrar, roteirizar e dirigir seus filmes.

Alice Guy trabalhava como secretária na fábrica e primeira produtora de cinema Gaumont, quando os irmãos Lumière foram fazer uma demonstração privada do seu recente invento, o cinematógrafo, em 1895.

A partir daí, Alice Guy começou a experimentar filmar com dupla exposição, atrasar ou apressar a velocidade da câmara a fim de conseguir efeitos interessantes para narrar suas estórias. Ela ainda seria a primeira a usar cores e som nos seus filmes, fez uso da técnica dos close-ups, começou a utilizar atores e já dominava a técnica dos cortes

Alice Guy abordou temáticas ousadas para a sua época, como o racismo, o feminismo, sexualidade e o nacionalismo. Rodou dezenas de filmes com especial destaque para o seu monumental “A Vida de Cristo”, de 1906, com 34 minutos de duração, filme longo para a época, e que contou com 300 figurantes, o que também foi um feito na época. Ficou completamente apagada da história do cinema, mas historiadores a resgataram.

A grande contribuição de George Meliès

Georges Méliès

Após as bem sucedidas experiências dos irmãos Lumière, as pessoas ligadas às várias formas de entretenimento e espetáculo foram as primeiras a usar o cinematógrafo como instrumento de criação artística deliberada.

O pioneiro na mistura de efeitos visuais, teatro e cinema foi o ilusionista francês Georges Méliès, que produziu o clássico filme “Viagem à Lua”, de 1902, adaptação da obra de Julio Verne e primeiro filme de ficção científica. Nesse filme, os cenários eram grandes e surreais para a época e se tornaram marca registrada de seus filmes. Sua cenografia ia além do seu tempo, algo nunca antes explorado.

Além de ilusionista, Georges Meliès foi ator, desenhista, caricaturista, decorador, mágico, intérprete, autor de peças teatrais, cineasta, produtor e mercador de brinquedos. Georges Meliès pode ser considerado, juntamente com a diretora Alice Guy-Blaché, o pioneiro da linguagem cinematográfica e do cinema narrativo e de ficção.

Seus filmes apresentavam enredo, introdução de cortes, montagem, sobre exposição de imagem, zoom e junção de cenas. Além disso, Meliès chegava a pintar cenas para colorir seus filmes.

Meliès foi também o precursor no uso de efeitos especiais para fabricar imagens e de técnicas de manipulação visual. E mais ainda, esse visionário das artes criou os primeiros estúdios de cinema e uma produtora de filmes, a Star-Filme. O mágico produziu mais de quinhentas obras de curta duração num período de 17 anos. 

As primeiras companhias do cinema na Europa

A primeira companhia de produção cinematográfica foi a francesa Gaumont, fundada em 1895 pelo engenheiro e inventor Leon Gaumont. Inicialmente lidava com aparelhos fotográficos, mas logo depois passou a produzir e distribuir filmes.

Em pouco tempo criou os estúdios Cité Elgé e Lime Grove, se expandiu pela Europa, adquiriu cadeias de teatro chamadas Gaumont British e dominou o cinema europeu.Diretores de cinema famosos como Abel Gance e Alfred Hitchcock foram financiados pela companhia.

Outra grande produtora cinematográfica foi a Société Pathé Fréres, fundada em Paris em 1896. No início do Século XX, a Pathé se tornou uma grande companhia de equipamentos e produção cinematográfica, assim como a maior produtora fonográfica do mundo

logomarca da época

A grande força propulsora por trás do surgimento da operação cinematográfica foi Charles Pathé. Em 1902, a Pathé adquiriu a patente dos Irmãos Lumière e aperfeiçoou a câmera para o estúdio e fez seu próprio estoque de filmes

Com seus equipamentos tecnologicamente avançados, novas instalações e um merchandising  agressivo, e combinados com sistemas de distribuição eficientes, a Pathé conseguiu conquistar uma enorme parte do mercado internacional, inclusive fora da Europa.

Expandiram inicialmente para Londres em 1902, onde montaram instalações de produção e uma cadeia de cinemas. A companhia foi também a pioneira na criação de noticiários que passavam antes da exibição do filme. Essas duas companhias viriam a se associar tempos depois em uma joint-venture denominada Gaumont-Pathe Archives.

O começo do cinema americano 

Como o cinema nasceu na Europa, especificamente na França, o primeiro filme realizado nos Estados Unidos foi “O Grande Roubo do Trem”, um western de 1903, dirigido por Edwin Porter. Edwin Porter foi um pioneiro do cinema americano.

Edwin Porter
O grande roubo do trem, 1903

Inicialmente trabalhou na empresa Edison Company do inventor Thomas Edison. Com o sucesso de seu filme, logo criou sua própria companhia de cinema, onde abrigou o lendário diretor David Griffith. Seus filmes já possuíam um enredo elaborado e suas cenas externas eram ousadas para a época.

O “Grande Roubo do Trem” não só estabeleceu a narrativa realista como padrão no cinema, como também foi o primeiro grande sucesso de bilheteria. Seu sucesso abriu o caminho para o crescimento da indústria cinematográfica, já que os investidores, reconhecendo o grande potencial lucrativo do cinema, começaram a abrir os primeiros cinemas permanentes em todo o país.

Os primeiros estúdios de cinema

O primeiro estúdio de filmes na América foi criado na cidade de Nova Jersey (EUA) pelo inventor americano Thomas Edison em 1880 e se chamava Black Maria. Após criar o cinetoscópio, Edison realizou pequenos filmes no aparelho. Os filmes eram projetados no interior da máquina e as imagens só poderiam ser vistas individualmente

Tempos depois, no início do século XX, na França, o versátil e visionário artista George Meliès construía os primeiros estúdios para seus filmes de ficção. O nome era Casa de Vidro.

Estúdio A casa de vidro

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