Meryl Streep: Atriz top, a mais indicada ao Oscar de Hollywood, sem estrelismo e muito humana
Nascida Mary Louise Streep no estado de Nova Jersey, EUA, Meryl Streep é uma unanimidade no mundo do cinema e considerada uma das maiores atrizes da história. Conhecida por ir fundo em seus papéis, se possuir dos personagens que interpreta, ser avessa a estrelismos e esbanjar humanismo, a atriz é a mais indicada ao prêmio Oscar de todos os tempos, com 21 indicações na categoria de melhor atriz e três vitórias: duas de atriz principal e uma de atriz coadjuvante.
Vamos falar um pouco de sua carreira e de alguns filmes importantes em que Meryl Streep se sobressaiu. E também de cenas de seus filmes em que foi premiada com o Oscar.
O início no teatro e em minisséries
Na década de 70, vivendo em Nova Iorque, trabalhou na Broadway em 1976 nas peças 27 Wagons Full of Cotton, do grande dramaturgo Tennessee Williams’ e A Memory of Two Mondays, de outro grande dramaturgo Arthur Miller, pela qual recebeu uma indicação ao Tony na categoria Melhor Atriz.
Seus primeiros trabalhos na Broadway também incluem The Cherry Orchard, do escritor Anton Chekhov e o musical Happy End do revolucionário Bertolt Brecht e Kurt Weill, que foi encenado originalmente no circuito Off-Broadway. Recebeu indicações para o Drama Desk Award em ambas as produções.
Em 1978, estrelou a minissérie Holocausto como uma alemã casada com um artista judeu durante o período nazista. Com uma grande audiência de milhões de pessoas, Holocausto tornou Meryl Streep uma atriz nacionalmente famosa. Ela descreveu o ano de 1978 como “a fronteira da fama”.Venceu o Emmy de Melhor Atriz em uma Minissérie ou Telefilme pelo seu desempenho
Carreira brilhante no cinema
Meryl Streep começou sua carreira no cinema no filme “Julia”, de 1977, dirigido por Fred Zinnermann, num pequeno papel. Já no filme seguinte, “O Franco Atirador”, de 1978, contracenou com seu ídolo Robert De Niro e foi indicada pela primeira vez ao Oscar de melhor atriz coadjuvante, prêmio que já ganharia logo depois, em 1979, com o filme “Kramer vs. Kramer”, dirigido por Robert Benton, e em que contracenou com o ator Dustin Hoffman, num drama muito emotivo sobre uma família separada, angústias, relações negativas, luta nos tribunais por custódia e um filho no meio de um casamento disfuncional.
Primeiro prêmio Oscar de Meryl Streep em “Kramer vs. Kramer”, 1979
Cenas do filme “Kramer vs. Kramer”, 1979
Depois de um pequeno papel no clássico filme de Woody Allen, “Manhattan”, de 1979, Meryl Streep decolou de vez nos anos 80.
Na década de 80, Meryl Streep progrediu para papéis principais em filmes, começando com o “A Mulher do Tenente Francês”, de 1981, um drama histórico dirigido por Karel Reisz. Sua fama internacional veio logo em seguida no filme “A Escolha de Sofia”, de 1982, dirigido por Alan J. Pakula.
O filme é um drama onde Meryl é uma polaca, sobrevivente de campo de concentração nazista que teve que escolher um filho para ser morto no Holocausto e tenta seguir a vida com uma paixão conturbada com um intelectual judeu no Brooklyn, Nova York, mas é atormentada pelo seu passado sombrio. Meryl venceu seu segundo Oscar, dessa vez como atriz principal. Seu desempenho é incrível, inclusive seu sotaque polonês, que teve que aprender para o filme.
Segundo Oscar de Meryl Streep em “A Escolha de Sofia”, 1982
Cenas do filme “A Escolha de Sofia”, 1982
Meryl Streep voltaria a brilhar no filme “Entre Dois Amores” (Out Of Africa), de 1985, um drama romântico dirigido por Sydney Pollack. Filmado no Quênia, África, Meryl interpreta a escritora dinamarquesa Karen Blixen, no meio de um triângulo amoroso, com um casamento arranjado e fracassado e um romance com um caçador independente. Meryl aprendeu a falar como a própria pessoal real. Contracenou com o ator Robert Redford e o filme foi um grande sucesso comercial, e ganhador do Oscar de melhor filme do ano.
Outra indicação ao Oscar pelo filme “Entre Dois Amores”, 1985
Em 1987, Meryl atuou no filme do diretor brasileiro Hector Babenco intitulado “Ironweed”, vivendo uma cantora de rádio em decadência nos anos da grande depressão econômica nos EUA. No filme, Meryl contracenou com outro grande ator, Jack Nicholson, e cantava pela primeira vez desde o telefilme Secret Service, de 1977. Em “Um Grito no Escuro”, de 1988, ela interpretou o papel biográfico de Lindy Chamberlain, uma australiana condenada pelo desaparecimento da própria filha, mas que afirmava que o bebê tinha sido atacado e raptado. Rodado na Austrália, o filme deu a Meryl o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Cannes, França.
Melhor atriz no Festival de Cannes, 1988
Meryl Streep voltou a brilhar no belo filme “As Pontes de Madison”, de 1995, dirigido e atuado por Clint Eastwood. O filme trata da história de uma dona de casa de meia idade, casada, que reside numa fazenda na cidade de Iowa, EUA, e seu romance breve, mas intenso, com um fotógrafo da revista National Geographic.
É uma comovente e emocionante história de amor, recheada por atuações sensíveis, de grande empatia de Meryl e Clint, numa química que envolve a todos os que assistem. O filme teve uma recepção calorosa de público, com um final de muita expectativa e comoção.
Outro filme que vale a pena destacar é “As Horas”, de 2002, dirigido por Stephen Daldry, em que Meryl contracena com Nicole Kidman e Julianne Moore, focando a vida de três mulheres de diferentes gerações. Curiosamente, as três atrizes venceram em conjunto o Urso de Prata no Festival de Berlim.
Prêmio no Festival de Berlim por “As Horas”, 2002
Comercialmente, Meryl Streep se deu muito bem em “O Diabo Veste Prada”, de 2006, dirigido por David Frankel, adaptação do best-seller de Lauren Weisberger. A ela coube o papel da poderosa e dominadora Miranda Priestly, editora de uma revista de moda (e chefe da recém-formada Anne Hathaway). Sua performance atraiu elogios dos críticos e ganhou muitas indicações a prêmios, incluindo a sua 14ª ao Oscar, e outra vitória no Globo de Ouro. Após seu lançamento comercial, tornou-se o maior sucesso de bilheteria de Meryl até então.
Outro grande sucesso de Meryl foi o filme “Mamma Mia”, de 2008, dirigido por Phyllida Loyd. O filme é uma comédia musical romântica e trata da história de Donna, a proprietária de um hotel nas ilhas gregas, que está preparando o casamento de sua filha com a ajuda de duas amigas. Enquanto isso, a noiva Sophie convida três ex-namorados de sua mãe na esperança de conhecer seu verdadeiro pai. No filme, Meryl canta e dança. O filme teve uma continuação em 2018.
Cenas do filme “Mamma Mia”, 2008
Em 2011, Meryl Streep interpretou a Primeira Ministra do Reino Unido Margareth Thatcher no filme “A Dama de Ferro” e venceu seu terceiro Oscar de melhor atriz no ano seguinte de 2012. Meryl declarou que não tinha nada em comum com a personagem histórica da cinebiografia, e também teve que assistir a uma sessão da Câmara de Comuns, o parlamento britânico, em Londres o que chamou de “um desafio assustador”.
O terceiro Oscar de Meryl Streep pelo filme “A Dama de Ferro”, 2011
Cenas do filme “A Dama de Ferro”, 2011
Por fim, gostaríamos de assinalar mais um filme importante de Meryl Streep: “The Post”, de 2011, dirigido por Steven Spielberg. Ambientado no início dos anos 1970, The Post dramatiza a história real dos jornalistas do periódico Washington Post tentando publicar os Pentagon Papers, documentos secretos sobre o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Meryl faz o papel da dona do jornal em conflito entre a liberdade de imprensa, junto com os ideários do seu jornal e o sigilo de notícias que envolvem questões de Estado e de segurança nacional.
Curiosidades sobre Meryl Streep
– Seu primeiro envolvimento amoroso foi com o ator John Cazale, que morreu de câncer de pulmão em 1978, três anos após se conhecerem.
– Na série intitulada “Holocausto”, de 1978, que lhe deu fama por todo o país, Meryl declarou que o roteiro era “forçosamente nobre” e que só aceitou o papel por que precisava de dinheiro.
– No papel que fez com Woody Allen no filme “Manhattan”, em 1979, declarou que nunca leu o roteiro do filme e que só recebeu seis folhas de suas falas e que não podia improvisar nada.
– No filme “Kramer vs. Kramer”, de 1979, Meryl conseguiu alterar o roteiro do filme para mostrar o lado mais humano de sua personagem que abandonara o filho.
– No seu filme mais dramático, “A Escolha de Sofia”, Meryl, para conseguir o papel, aprendeu alemão e desenvolveu um incrível sotaque polonês. Além disso, se recusou a fazer novamente a cena em que entrega um de seus filhos para os nazistas, porque sofreu uma carga emocional muito grande.
– No filme “O Diabo Veste Prada”, Meryl entrou em depressão por encarnar a implacável personagem Miranda, chefona da moda. A atriz declarou que adotou o método de interpretação do dramaturgo russo Constantin Stanislavski que consiste em sentir realmente as emoções que os personagens estão passando e não sair do personagem em nenhum momento durante as filmagens. Disse que foi uma experiência terrível e que não se repetiu mais.
– Além de ser craque em imitar sotaques de personagens reais e de várias línguas, Meryl provou que sabe cantar em filmes como “Mamma Mia”, “Ironweed” e “Lembranças de Hollywood”.
– No filme “Música do Coração”, 1999, Meryl estudou violino durante semanas para interpretar uma professora de música clássica.
– Casada há mais de 40 anos com o escultor Don Gummer, Meryl tem quatro filhos e já é avó.
– Meryl se tornou uma das principais vozes na luta pela igualdade de gênero em Hollywood. Criou e financia um projeto de roteiros escritos por mulheres com mais de 40 anos.
– Ela doou todo o dinheiro que ganhou com o filme “A Dama de Ferro” para o National Women’s History Museum, um museu sobre a história das mulheres. Ela também apoia o projeto Chime for Change, para o empoderamento de mulheres em todo o mundo.
– Meryl é considerada uma atriz muito versátil, ela penetra e encarna uma variedade imensurável de tipos de personagens diferenciados.
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