O cinema de drama: Um gênero antigo e amplo
Origem e características
O gênero drama no cinema é muito amplo e que, muitas vezes, engloba outros gêneros, tais como drama policial, tragédia, filmes de ação, dramédia (drama + comédia), romance e outros. A origem do drama vem do teatro desde a antiguidade. A tragédia era muito abordada nas peças teatrais antigas. O cinema de drama envolve situações difíceis, sentimentos dolorosos, relacionamentos conturbados, perigos iminentes, morte, doenças, conflitos e também está presente nos filmes de ação.
Em outras palavras, o drama no cinema é, geralmente, um tipo de filme que pretende ser sério. Trata de questões que perturbam as emoções, que criam obstáculos para a realização de vontades e que sempre afetam psicologicamente os personagens dos filmes. Trata também das convenções sociais que estabelecem regras e da moral que limita a liberdade de ação dos protagonistas. Normalmente, os filmes dramáticos trazem narrativas profundas que envolvem dilemas existenciais, arrancando lágrimas de quem os assiste.
Uma seleção de filmes dramáticos ao longo da história do cinema
No cinema, o drama existe desde sempre na produção de filmes. Um filme muito dramático que se tornou um clássico do cinema foi “E O Vento Levou”, de 1939, dirigido por Victor Fleming. A história se passa durante a guerra civil americana (Século XIX) no sul escravagista dos Estados Unidos e o par romântico explosivo é interpretado por Clark Gable e Vivian Leigh num enredo de dores e perturbações emocionais.
“E O Vento Levou”, 1939
Cenas de “E O Vento Levou”, 1939
Em 1948, o diretor americano John Huston lançou o filme “Key largo” (no brasil “Paixões em Fúria”). O filme mistura drama, suspense e policial para contar a história de um veterano da Segunda Guerra Mundial que visita um velho amigo num hotel de uma ilha na Flórida e encontra um gangster comandando as coisas. À medida que um furacão se aproxima, os dois acabam se confrontando.
“Key Largo”, 1948
Cenas de “Key Largo”, 1948
“Leste do Éden” (no Brasil, “Vidas Amargas”), de 1955, é um drama americano de época de 1955, dirigido por Elia Kazan e adaptado da obra literária de John Steinbeck. É estrelado por James Dean como um jovem rebelde que, enquanto busca sua própria identidade, disputa o afeto de seu pai profundamente religioso contra seu irmão favorito, recontando livremente a história bíblica de Caim e Abel.
“Leste do Éden”, 1955
Cenas de “Leste do Éden”, 1955
Em 1968, o diretor italiano Franco Zeffirelli filmou “Romeu e Julieta”, baseado na obra de William Skakespeare. Aqui tem-se, além de uma história dramática, uma tragédia sobre um casal de apaixonados que se casam em segredo, mas terão que enfrentar a violência entre suas famílias. Trata-se de uma história clássica de um amor proibido entre um homem e uma mulher na cidade medieval de Verona, Itália.
“Romeu e Julieta”, 1968
Cenas de “Romeu e Julieta”, 1968
“Network” (no Brasil “Rede de Intrigas”) é um filme de drama satírico americano de 1976 dirigido por Sidney Lumet. É sobre uma rede de televisão fictícia e aborda Howard Beale (Peter Finch ganhou o Oscar de melhor ator), um velho âncora de notícias que, sob risco de sair do ar, quebra o personagem e fala o que pensa ao vivo na televisão. Seu discurso inspira um dilema moral, uma transmissão delirante e um assassinato ao vivo.
“Rede de Intrigas”, 1976
“Bagdad Café”, de 1988, é um drama com toque de comédia do cineasta alemão Percy Adlon. O filme foi bem recebido pelo público e crítica e conta a história de uma alemã que briga com o marido na estrada e começa sua aventura. Sozinha, a mulher caminha pela estrada empoeirada e chega a um pequeno estabelecimento mal cuidado à beira da estrada. Nesse lugar, ela busca transformar sua vida e a de todos ao conhecer novas pessoas com vidas também complicadas.
“Bagdad Café”, 1988
Cenas de “Bagdad Café”, 1988
Nos anos 90, “Tomates Verdes Fritos”, de 1991, fez sucesso. A produção norte-americana foi dirigida por Jon Avnet e se destacou pelo seu caráter dramático e bem humorado. É uma narrativa que aborda vários assuntos delicados, como a perda de um ente querido e a violência contra a mulher. Mas, o grande tema é mesmo a amizade entre mulheres num clima de auto determinação.
“Tomates Verdes Fritos, 1991
Cenas de “Tomates Verdes Fritos”, 1991
Na mesma linha de lutas de mulheres por autonomia, Ridley Scott rodou “Thelma e Louise”, de 1991. Trata-se de um road movie sobre duas amigas, uma dócil dona de casa (Thelma), outra uma garçonete independente (Louise). Quando Louise mata um homem que tenta estuprar Thelma, as duas se tornam fugitivas da lei. Essa fuga se transforma numa jornada em busca da liberdade.
“Thelma e Louise”, 1991
Cenas de “Thelma e Louise”, 1991
Em 2000, foi lançado um filme trágico: “Dançando no Escuro”, dirigido por Lars von Trier. A mãe solteira Selma (interpretada brilhantemente pela cantora Bjork) trabalha duro em uma fábrica na zona rural da América para tratar seu filho de um problema ocular que ela também sofre. Mas, a tragédia acontece quando o senhorio tenta roubar-lhe o dinheiro.
“Dançando no Escuro”, 2000
Cenas de “Dançando no Escuro”, 2000
Em 2003, o famoso diretor Roman Polanski lançou o genial filme “O Pianista”. Trata-se de um drama de guerra e se passa no final da década de 30 na cidade de Varsóvia, Polônia, quando o pianista judeu Władysław Szpilman se depara com a invasão de seu país e o início da Segunda Guerra Mundial. É uma história verídica e conta uma luta impressionante de como ele enfrentou diversas humilhações e torturas e conseguiu fugir da guerra, se escondendo em prédios arruinados na cidade de Varsóvia.
“O Pianista”, 2002
Cenas de “O Pianista”, 2002
Em 2004 foi lançado “Mar Adentro”, dirigido por Alejandro Almenábar. Trata-se de um filme de drama muito doloroso. No enredo: A vida de Ramon Sampedro dá uma reviravolta quando uma lesão o deixa paralítico. Com a ajuda de pessoas solidárias, ele vive com dignidade, mas decide acabar com o sofrimento abraçando a eutanásia.
“Mar Adentro”, 2004
Cenas de “Mar Adentro”, 2004
O cineasta que assina o longa-metragem “Volver”, de 2006, é o espanhol Pedro Almodóvar, conhecido por seus filmes dramáticos e intensos. A produção estreou em 2006 e nos mostra a vida de Raimunda (Penélope Cruz), uma mulher que trabalha em vários empregos para manter a filha adolescente. Essa é mais uma obra genial de Almodóvar, que aborda assuntos como o perdão e a confiança entre mulheres. Tudo isso em meio a uma atmosfera vibrante e colorida, como já é marca do cineasta.
“Volver”, 2006
Cenas de “Volver”, 2006
O filme “Eu: Daniel Blake” foi lançado em 2016 e dirigido pelo britânico Ken Loach. O enredo trata de um senhor de 59 anos que após um problema sério de saúde é orientado pelo médico a se afastar do trabalho. Entretanto, Daniel não consegue autorização no emprego para o afastamento e lhe é negado o benefício financeiro. Assim, o protagonista inicia uma verdadeira saga em busca de seus direitos.
“Eu, Daniel Blake”, 2016
Cenas de “Eu, Daniel Blake”, 2016
“Imperdoável” foi lançado em 2021 e tem Sandra Bullock como atriz principal. É um filme dramático sobre redenção. Narra a história de Ruth Slater, uma mulher libertada da prisão após cumprir pena por um crime violento e tentar reingressar na sociedade. Ela deve tentar recompor sua vida em um mundo que se recusa a perdoar seu passado, ao mesmo tempo em que vai encontrar sua irmã, onde a sua verdade será conhecida.
“Imperdoável”, 2021
Cenas de “Imperdoável”, 2021