O Último Magnata, Dark e Lupin, séries que tratam dos bastidores de Hollywood, viagem misteriosa no tempo e aventura policial
Série: O Último Magnata, 2016
Produção/Criação: Billy Ray
Elenco: Matt Bomer, Kelsey Grammer, Dominique McElligott, Lily Collins
Plataforma: Prime Vídeo
Enredo: “O Último Magnata” é uma adaptação do último romance inacabado do badalado escritor americano F. Scott Fitzgerald e se passa na Hollywood dos anos 1930, uma era obscurecida pela depressão econômica e pela crescente influência de Hitler na Europa, com implicações na produção e exportação de filmes dos Estados Unidos. Escrita e dirigida por Billy Ray, a série é centrada em Monroe Stahr (Matt Bomer), um belo e talentoso executivo de um estúdio de filmes cuja carreira está em ascensão.
Enquanto Stahr luta para ganhar uma posição firme na indústria do cinema e trazer suas visões cinematográficas à vida, ele deve travar uma luta pelo poder com Pat Brady (Kelsey Grammer), dono da produtora Brady-American, seu chefe e mentor, e ao mesmo tempo cultivar seu romance com uma garçonete, Kathleen Moore (Dominique McElligott). Stahr, viúvo da ex-principal estrela da companhia, é assediado amorosamente por Cecília (Lily Collins), aspirante a produtora e filha do seu chefe, e profissionalmente por outro chefão de estúdio, Louis Mayer, dono da MGM.
Comentário: A série conta bastidores de Hollywood, tem diversão, mas também um pouco de tristeza, uma fotografia espetacular, proporcionando um visual apurado. Soma-se a isso a ótima reconstituição de época da Hollywood dos anos 30, com ricos cenários e um figurino à perfeição.
Temos a oportunidade de acompanhar o dia a dia dos estúdios de Hollywood, com seus profissionais do ramo, atrizes, diretores, produtores, roteiristas, e também as relações entre eles, com muita intriga, romance, armações pelo poder, relações difíceis, vida privada ameaçada, traição amorosa. Como assuntos de fundo da trama, temos, primeiramente, a depressão econômica e a pobreza escancarada, nos arredores dos estúdios, que abalaram a vida americana e o mundo todo, e, paralelamente, temos também um tempero político apimentado, com esquemas de bastidores de agentes de Hitler que ameaçam produtores e artistas que não se submeterem à arte totalitária e antissemita nazista.
A série também nos dá a chance de assistirmos aos sets de filmagens, acompanhando como se faz um filme em estúdio. Podemos conferir como eram os profissionais do cinema no passado, seus perfis muitas vezes excêntricos e traiçoeiros, mas também obedientes em suas conveniências, e as estrelas do cinema, por exemplo, atrizes, que são maliciosas, egocêntricas, exigentes e outras submissas por um bom papel em filmes. A série mostra um universo de relações interesseiras que parece mais um grande jogo de aparências, uma máquina de fazer dinheiro que não se deixa esmorecer por nenhum tipo de obstáculo.
Série: Dark, 2017/2020
Produção/Criação: Baran Bo Odar, Jantie Friese
Elenco: Louis Hofmann, Oliver Masucci, Julika Jenkins, Andreas Pietschmann, Maia Schone
Plataforma: Netflix
Enredo: Após o desaparecimento de crianças, a série “Dark” acompanha personagens da cidade fictícia alemã de Winden, em busca da verdade. Eles seguem conexões entre quatro famílias diferentes para desvendar uma sinistra viagem no tempo e uma conspiração que se estende por várias gerações, entrelaçadas entre presente, passado e futuro. Vidas duplas e relacionamentos fragmentados ou rompidos entre essas famílias são expostos de maneira sombria e pecaminosa, enquanto procuram as crianças.
A série se inicia em 2019, mas depois cresce para incluir datas distintas, via viagem no tempo, quando os membros das famílias centrais da trama ficam sabendo da existência de um buraco de minhoca no sistema de cavernas abaixo de uma usina nuclear, local capaz de transpor o tempo.
Comentário: A série “Dark” é um thriller de mistério, com personagens complexos, que apresenta um quebra-cabeça intrincado cheio de reviravoltas que inclui uma teia de curiosos personagens enigmáticos, todos envolvidos de alguma maneira em culpas e ressentimentos, com uma conexão com a história conturbada da cidade de Winden.
A história inclui elementos sobrenaturais, personagens místicos e filosóficos, cientistas, loucos e uma máquina do tempo que circula misteriosamente. A série explora as implicações existenciais do tempo e seu efeito na natureza humana. Discute as ligações entre presente, passado e futuro, a definição e significado do tempo e especula sobre a possibilidade da ciência modificar o curso do tempo e da história, seja para evitar ou alterar dramas e conflitos, seja para impedir que o mundo caminhe para catástrofes.
A série avança para uma contagem regressiva em direção ao apocalipse. E o buraco de minhoca, o portal do tempo, como ele funciona e o que significa? E as quatro famílias centrais da trama, que percorrem e se misturam na linha do tempo? Suas histórias são modificadas? São muitas perguntas. É preciso maratonar para se chegar ao fio da narrativa.
Série: Lupin, 2021
Produção/Criação: Isabelle Degeorges; Nathan Franck e Martin Jaubert
Elenco: Omar Sy, Shirine Boutella, Ludivine Sagnier, Clotilde Hesme
Plataforma: Netflix
Enredo: Realizada em Paris, a série “Lupin” é uma releitura da clássica história francesa sobre Arsène Lupin, o cavalheiro ladrão mundialmente famoso e mestre do disfarce. É um personagem tirado dos romances policiais do escritor francês Maurice Leblanc.
Inspirado nessas aventuras romanceadas, a série acompanha o ladrão gentil, mas extremamente perspicaz e audacioso, Assane Diop (Omar Sy), que teve sua vida virada de cabeça para baixo com a morte do pai, então acusado injustamente de um crime, e quer se vingar de uma família rica culpada. Para alcançar seu objetivo, que se tornará uma grande busca investigativa, ele se inspira em Arsène Lupin, o famoso “ladrão de casaca” da literatura francesa.
Conhecido como “Robin Hood da Belle Époque”, fins do século XIX e início do século XX, Lupin se tornou um gênio do crime na Paris do início do século 20 e o personagem Diop vai seguir seus passos nos dias de hoje.
Comentário: A série “Lupin” é muito envolvente, uma grande aventura policial, ao mesmo tempo cômica e perigosa. O ator Omar Sy, que vem crescendo na cena cinematográfica, deu muita vida ao personagem ostentando ares de gentileza e dissimulação, com toques de destreza e de astúcia.
Vamos falar um pouco do personagem original Arsène Lupin, uma criação há mais de um século do escritor francês Maurice Leblanc, que inspirou a série. A principal característica do ladrão da literatura é que ele rouba suas vítimas, mas não cede à violência e, na maioria das vezes, rouba daqueles que enriqueceram ilegalmente ou desonestamente. Muito estiloso, usa cartola e um monóculo, é extremamente ágil, pode assumir qualquer identidade que desejar e está sempre um passo à frente de seus inimigos.
Na série que estamos comentando, o personagem é bem parecido, parece um vilão, mas é um cavaleiro, e se adapta a qualquer situação, seja de risco ou de sociabilidade, atrai e distrai todo tipo de gente desconfiada ou que o persegue e escapa ardilosamente de enrascadas. Possui muitas habilidades, muitos disfarces e parece não ter medo de nada. Poderíamos o rotular de ladrão carismático, capaz de circular com classe em ambientes de luxo ou em ambientes deploráveis.
eBooks para venda – Clique abaixo no banner para comprar