Os Melhores Filmes de Todos os Tempos
Os Melhores Filmes da década de 1970

Os Melhores Filmes da década de 1970

O contexto histórico

A década de 70 apresentou uma continuidade em relação ao comportamento transgressor, culturas alternativas e críticas contra a moral vigente deflagrados na década de 60. No que diz respeito ao âmbito geopolítico, os Estados Unidos se deram mal em protagonizar a Guerra do Vietnã que sofreu fortes contestações internas e externas, além do escândalo do Watergate. Mas houve uma distensão diplomática entre grandes potências.

Ainda no campo político, houve golpes militares na América Latina, descolonizações e guerras civis na África, ascensão de países como Japão e o ressurgimento da Alemanha. Os anos 1970 também foram marcados por violência política, luta armada e terrorismo de esquerda e de direita, bem como pelo endurecimento do aparato repressivo estatal.

Muitos consideram essa década como a “era do individualismo”. Eclodiam nessa época o movimento musical das discotecas e também do experimentalismo na música erudita. No campo econômico houve duas crises do petróleo o que desacelerou o crescimento dos países em relação ao boom do pós-guerra.

No cinema, Hollywood inovou com filmes mais densos e reflexivos e o uso frequente de locações naturais. As temáticas se aprofundaram em filmes que fugiram dos padrões mais conservadores e alçaram voos para críticas contra o sistema. Pelo mundo afora, os filmes foram esteticamente inovadores e psicologicamente fortes, mas também divertidos.

Lista dos melhores filmes dos anos 70

A década de 1970 foi muito produtiva no cinema. Apresentou filmes impactantes e altamente criativos. Foi realmente uma década promissora, brilhante. Difícil escolher os melhores filmes. Selecionamos 11 (onze) filmes que acreditamos serem os mais significativos da década a partir de opiniões de especialistas e escolhas próprias do Blog Cinema em Foco. As temáticas são diversificadas, muitas vezes complexas e até mesmo transgressoras.

Filme: Operação França, 1971, Estados Unidos

Direção: William Friedkin

Comentário: “Operação França” é considerado um dos melhores filmes policiais da história. Foi inovador na trama, que é bem marginal, e nos personagens, um policial de rua com seu próprio senso de justiça e um vilão requintado e elegante. Além disso, o filme capturou cenas impactantes de perseguições em estradas e becos nunca antes filmadas. O filme mostra uma Nova York suja, corrupta e violenta, e um policial durão e nada simpático, o detetive Jimmy ‘Popeye’, que tenta desmantelar uma rede de tráfico de narcóticos baseada na França.

Cenas de “Operação França”, 1971

Filme: Gritos e Sussurros, 1972, Suécia

Direção: Ingmar Bergman

Comentário: O filme aborda o universo feminino numa pegada psicológica densa. Filmado praticamente dentro de uma casa e em tons de vermelho saturado, conta a história de quatro mulheres: duas irmãs que cuidam de uma outra irmã doente com a ajuda de uma empregada doméstica que possui uma relação mais amorosa. Porém, aos poucos, algumas delas começam a viajar em seus mundos interiores e se lembrar de eventos traumáticos que revelam suas angústias, segredos e medos.

Cenas de “Gritos e Sussurros”, 1972

Filme: O Poderoso Chefão, 1972, Estados Unidos

Direção: Francis Ford Coppola

Comentário: O filme narra a saga da família mafiosa liderada pelo chefão Don Corleone nos anos 40 e 50 em Nova York e Itália. A grande sacada do filme foi capturar um pedaço da alma da América, sombria e violenta, que contrastava com o glamour e a fantasia do mundo de Hollywood.  Ao contar a história de um filho conduzido a assumir o legado e os negócios do pai, o filme reflete o futuro incerto de um país mergulhado em conflitos internos e seu papel no mundo. O ritmo da trama mistura um intimismo familiar com obscuridade e sensacionalismo.

Cenas de “O Poderoso Chefão”, 1972

Filme: Amarcord, 1973, Itália

Direção: Federico Fellini

Comentário: Situado em uma pequena cidade litorânea italiana nos anos 30, o diretor Federico Fellini realizou um filme de memórias. Acompanha o jovem Titta (seu alter-ego) que se mete em confusões com seus amigos, enquanto vários personagens excêntricos locais se envolvem em comportamentos muitas vezes absurdos e divertidos. O filme é muito cativante, mostra retratos da vida, sensualidade, religião, psicologia, aventuras e até mesmo o fascismo num mosaico de gente simples, carismática e emotiva.

Cenas de “Amarcord”, 1973

Filme: A Noite Americana, 1973, França

Direção: François Truffaut

Comentário: O filme é uma declaração de amor ao cinema e sua decupagem. Mostra Ferrand, um cineasta, durante a produção de um filme chamado Je vous présente Pamela, seus imprevistos, atores com ego inflado, problemas de bastidores, crises de relacionamentos e as soluções improvisadas para concluir o projeto a tempo. O diretor François Truffaut, que também atua, realiza um filme dentro de outro filme numa jornada ao mesmo tempo divertida e problemática.

Cenas de “A Noite Americana”, 1973

Filme: Violência e Paixão, 1974, Itália

Direção: Luchino Visconti

Comentário: Um professor americano em Roma, solitário e idoso, aluga apartamentos para uma condessa decadente, sua família e seu amante. O diretor Luchino Visconti cria um mundo fora do tempo na casa do professor (não há outro cenário) que é ao mesmo tempo artificialmente irreal e emblemático em relação a sua vida interior. A colisão de culturas, o choque entre o antigo e o novo, a iminência da morte, a juventude livre são abordados de maneira profunda. 

Cenas de Violência e Paixão”, 1974

Filme: O Enigma de Kaspar Hauser, 1974, Alemanha

Direção: Werner Herzog

Comentário: No enredo, Kaspar Hauser é um jovem alemão que é subitamente libertado de uma existência de confinamento inexplicável. Mal capaz de se comunicar, Hauser é explorado em um espetáculo circense até ser colocado sob as asas de um bondoso Professor que o ajuda a se acostumar com a vida regular, até mesmo ensinando-o a ler e escrever. Apesar de seus melhores esforços, no entanto, Hauser pode não ser capaz de escapar dos horrores de seu passado.

Cenas de “O Enigma de Kaspar Hauser”, 1974

Filme: Um Estranho no Ninho, 1975, Estados Unidos

Direção: Milos Forman

Comentário: No enredo, para escapar do trabalho da prisão, McMurphy, um condenado, finge insanidade e é transferido para a ala especial de um hospital para os mentalmente instáveis. Nesta enfermaria, ele deve se levantar contra uma enfermeira cruel, Ratched, liderar os “loucos” e lutar pela liberdade. O filme é um libelo contra as opressões e as incompreensões de uma sociedade que tranca seus cidadãos em prisões de todo tipo. O filme se utiliza de um hospital psiquiátrico como um microcosmo de um mundo intolerante e doente.

Cenas de “Um Estranho no Ninho”, 1975

Filme: Taxi Driver, 1976, Estados Unidos

Direção: Martin Scorcese

Comentário: O filme é uma anomalia (o personagem principal perturbado pela guerra) dentro de outra anomalia (a sociedade americana). No enredo, Travis, um ex-fuzileiro naval e veterano do Vietnã, trabalha como motorista de táxi na cidade de Nova York. Um dia, ele decide salvar uma prostituta menor de idade de seu cafetão em um esforço para limpar a cidade de sua corrupção. O filme é uma lenta e progressiva transformação física e mental de uma pessoa, vítima de traumatismo pós-guerra, que faz justiça com as próprias mãos.

Cenas de “Taxi Driver”, 1976

Filme: O Amigo Americano, 1977, Alemanha

Direção: Wim Wenders

Comentário: O filme é notadamente influenciado pelo cinema policial americano. Narra um plano de assassinato por um expatriado americano, Tom, que vive em Hamburgo como se fosse o Velho Oeste e ganha a vida vendendo falsificações de arte. Para ganhar dinheiro extra, ele conhece e contrata Jonathan, um paciente de câncer moribundo. Mas, ele não é um atirador e sim um pacato cidadão desesperado e o esquema rapidamente dá errado.

Cenas de “O Amigo Americano”, 1977

Filme: O Casamento de Maria Braun, 1979, Alemanha

Direção: Reiner Werner Fassbinder

Comentário: O filme se passa no fim da segunda guerra mundial. Maria é uma mulher que tem de se virar quando seu marido parte para o front e representa uma Alemanha em estado terminal. À espera da volta do marido e num ambiente de escassez, degradação e desemprego de seu país, ela faz o que pode para sobreviver. As coisas parecem melhorar quando ela se envolve numa relação prostituída com um militar americano, mas com consequências trágicas.

Cenas de “O Casamento de Maria Braun”, 1979

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