Os melhores filmes dos anos de 1920
O Contexto histórico
O cinema na década de 20 apresentou uma expansão na produção, funcionamento de grandes estúdios e domínio das técnicas cinematográficas. O cinema mudo predominou nessa época até 1927, quando foi lançado o filme falado “O Cantor de Jazz”. Os filmes ganhavam força com o aumento dos investimentos, qualidade artística e já conseguiam lucratividade.
Em Hollywood, as comédias fizeram muito sucesso, com destaque para Charles Chaplin e Buster Keaton. Atores e atrizes ganhavam fama e se tornavam estrelas do cinema. Na Europa e outras fronteiras, as narrativas eram diferenciadas, os filmes já tratavam de temas inovadores como filmes sombrios, dramas históricos, sexualidade e até mesmo ficção científica. O cinema expressionista alemão, em especial, foi muito poderoso nesse período.
Foram selecionados 10 filmes que representam muito bem o cinema da década de 20. Alguns deles constam em várias listas de especialistas pelo mundo, outros foram escolhas particulares do Blog cinemaemfoco.com.
Lista dos melhores filmes dos anos 20
Filme: O Gabinete do Dr. Caligari, 1920, Alemanha
Direção: Robert Wiene
Comentário:Ofilme faz parte do movimento expressionista alemão que se caracteriza pelo estilo visual sombrio e pelo contraste desestabilizado entre insanidade e sanidade, a percepção subjetiva da realidade e a dualidade da natureza humana. Conta a história de um hipnotizador insano (Werner Krauss) que usa um sonâmbulo (Conrad Veidt) para cometer assassinatos. O filme se utiliza de cenários góticos, retorcidos, estruturas e paisagens que se inclinam e torcem em ângulos inusitados, e sombras e raios de luz pintados diretamente nos cenários.
Cenas de “O Gabinete do Dr. Caligari”, 1920
Filme: A Carruagem Fantasma, 1921, Suécia
Direção: Victor Sjöström
Comentário:O filme tem atmosfera sombria e trata de um bêbado chamado David Holm (Victor Sjöström) que, na noite da véspera de Ano Novo, é compelido pelo condutor fantasma da carruagem da morte a refletir sobre seus erros do passado. O filme é notável por seus efeitos especiais e sua estrutura narrativa inovadora com flashbacks dentro de flashbacks. Tem sido caracterizado como pertencente a vários gêneros, chamado de conto moral sobre vida e morte, um filme de fantasia assombrada e um filme de terror.
Cenas de “A Carruagem Fantasma”, 1921
Filme: A Última Gargalhada, 1924, Alemanha
Direção: Friedrich Murnau
Comentário: Um idoso porteiro (Emil Jannings) de um elegante hotel em Berlim é afastado de seu cargo e rebaixado na função de criado do banheiro masculino, o que provoca grande impacto negativo no orgulho do velho homem, que até então era tratado com grande respeito por todos. O filme toca diretamente na ferida do capitalismo, mostrando como a perda do emprego pode trazer sérios danos financeiros e psicológicos no cidadão, e, consequentemente, pode provocar um efeito desastroso na autoestima da pessoa.
Cenas de “A Última Gargalhada”, 1924
Filme: Em Busca do Ouro, 1925, Estados Unidos
Direção: Charles Chaplin
Comentário: O grande artistaCharles Chaplin declarou que gostaria de ser lembrado por esse filme que é uma espetacular mistura de aventura, paixão e sobrevivência. No Alasca, Carlitos (Charles Chaplin) tenta a sorte como garimpeiro em meio a corrida do ouro de 1898. Lá ele conhece o gordo e solitário Big Jim (Mack Swaim), com quem cria bastante confusão após uma tempestade de neve, e se apaixona por uma dançarina (Georgia Hale). O filme é divertido, sentimental e profundamente humano.
Cenas de “Em Busca do Ouro”, 1925
Filme: O Encouraçado Potemkin, 1925, União Soviética
Direção: Sergei Eisenstein
Comentário: Ofilme apresenta uma representação dramática do motim ocorrido em 1905 na Rússia, quando os marinheiros da tripulação do encouraçado russo Potemkin se rebelaram contra seus oficiais superiores. O filme se tornou um veículo de propaganda revolucionária da revolução bolchevique. Além disso, o diretor Eisenstein foi revolucionário também nas técnicas de montagem e filmagens de cenas de rostos e multidões sempre com dramatização máxima. O filme foi proibido em alguns países e depois se tornou um dos maiores clássicos do cinema.
Cenas de “O Encouraçado Potemkin”, 1925
Filme: A General, 1926, Estados Unidos
Direção: Buster Keaton
Comentário: O filme foi inspirado numa história verídica de um evento que ocorreu durante a Guerra Civil Americana e acompanha Johnnie Gray (Buster Keaton), um maquinista que foi preterido para lutar ao lado dos Confederados e que se envolve em muitas peripécias e loucuras para provar que não é covarde e salvar sua amada Annabelle (Marion Mack) que é presa junto com sua locomotiva roubada pelos partidários da União. O filme fracassou nas bilheterias, mas se tornou um filme cult.
Cenas de “A General”, 1926
Filme: Metrópolis, 1927, Alemanha
Direção: Fritz Lang
Comentário: Este influente filme alemão de ficção científica apresenta uma cidade futurista altamente estilizada, onde ricos industriais e magnatas de negócios reinam sobre a cidade de Metrópoles a partir de colossais arranha-céus, enquanto trabalhadores do subsolo são explorados para operar as grandes máquinas que a alimentam. O filme é sombrio, vislumbra um futuro tecnológico opressor, com efeitos especiais sofisticados para a época e apresenta uma metáfora da luta de classes mostrando um abismo entre os trabalhadores e os ricos.
Cenas de “Metrópolis”, 1927
Filme: O Cantor de Jazz, 1927, Estados Unidos
Direção: Alan Crosland
Comentário: Trata-se de um filme de drama musical americano. Foi o primeiro longa-metragem falado e o seu lançamento anunciou a ascensão comercial dos filmes sonoros e marcou efetivamente o fim da era do cinema mudo. O filme retrata a história fictícia de Jakie Rabinowitz (Al Jolson), um jovem artista que desafia as tradições de sua devota família judia em suas ambições profissionais. Para se tornar um cantor de jazz de sucesso, o personagem pinta o rosto de preto, atuando em blackface.
Cenas de “O Cantor de Jazz”, 1927, Estados Unidos
Filme: A Paixão de Joana D’Arc, 1928, França
Direção: Carl Dreyer
Comentário: O filme resume o tempo em que Joana d’Arc, uma heroína francesa que virou uma Santa católica, foi prisioneira da Inglaterra na Idade Média, retratando seu julgamento e execução. O filme é conhecido por sua incrível cinematografia e uso de close-ups. O diretor Dreyer optou por uma linguagem teatral e não permitia que os atores usassem maquiagem e utilizou desenhos de iluminação que faziam os atores parecerem mais grotescos. O filme foi polêmico, sofreu censuras e cortes, mas se tornou um clássico.
Cens de “A Paixão de Joana D’Arc”, 1928
Filme: A Caixa de Pandora, 1929, Alemanha
Direção: Georg Pabst
Comentário:O filme mistura drama e sensualidade e trata da história de Lulu (Louise Brooks), uma jovem dançarina charmosa, sedutora e imprudente, cuja sexualidade crua e a natureza desinibida trazem a ruína para si mesma e para aqueles que a amam. O filme estava além do seu tempo ao abordar o tema da sexualidade de maneira não convencional, sem pudor, rompendo barreiras morais. O filme é denso e trágico. A atriz americana Louise Brooks deu um show de atuação e se tornou uma estrela do cinema.
Cenas de “A Caixa de Pandora”, 1929
eBooks para venda – Clique abaixo no banner para comprar