Séries para maratonar
O Gambito da Rainha, Fauda e A Casa de Papel, três séries que tratam de trajetória sinuosa de um sonho, conflitos terroristas e assaltos ousados

O Gambito da Rainha, Fauda e A Casa de Papel, três séries que tratam de trajetória sinuosa de um sonho, conflitos terroristas e assaltos ousados

Série: O Gambito da Rainha, 2020

Direção: Scott Frank

Elenco: Anya Taylor-Joy, Thomas Brodie, Harry Melling, Jacob Fortune, Moses Ingram

Onde assistir: Netflix

Enredo: A série acontece durante a Guerra Fria e segue a vida de uma menina órfã prodígio do xadrez, Beth Harmon (Anya Taylor-Joy), durante sua jornada para se tornar uma jogadora de xadrez de elite enquanto luta com problemas emocionais, drogas e dependência de álcool. O título da série refere-se a uma estratégia de xadrez com o mesmo nome. A história começa em meados da década de 1950 e prossegue até a década de 1960. À medida que Beth sobe ao topo do mundo do xadrez e colhe os benefícios de seu sucesso, seus vícios pioram. E quanto mais Beth aprimora suas habilidades no tabuleiro, mais a ideia de uma fuga lhe parece tentadora, mas ela vai contar com a ajuda de sua amiga mais antiga, Jolene (Moses Ingram), com quem cresceu no orfanato, para enfrentar seu grande desafio num torneio em Moscou.

Comentário: A série “O Gambito da Rainha” tem sido desde o seu lançamento um grande sucesso de público. Um dos motivos desse sucesso foi, sem dúvida, a grande atuação da atriz Anya Taylor-Joy que compôs uma personagem extremamente excêntrica e até mesmo esquisita. A atriz foi capaz de impor seu próprio ritmo à trama, preenchendo vazios em relação a um tema não popular que é o xadrez e criou situações de muita emoção, estranhamentos e expectativas quanto ao próximo passo da história e da própria personagem. Além disso, a série soube tratar bem da parte inicial que se passa no orfanato, onde Beth inicia seus vícios e também aprende a jogar xadrez.  “O Gambito da Rainha” explora também o amadurecimento da personagem Beth Harmon, que acumula traumas, perdas, uma infância disfuncional em um orfanato, bullying e o interesse incomum por um esporte dominado por homens. Toda essa mistura gera uma personagem complexa, que vive na contradição entre tentar ser a melhor do mundo ao mesmo tempo em que cultiva comportamentos autodestrutivos. Sua genialidade e sua loucura parecem caminhar juntas. A série avança sempre com um ar de mistério sobre a trajetória de Beth, tem uma ambientação histórica muito boa no auge da Guerra fria e um figurino que nos transporta para a época em que se passa a narrativa.

Cenas de “O Gambito da Rainha”, 2020

Série: Fauda, 2015

Criação: Lior Raz, Avi Issacharoff

Elenco: Lior Raz, Rona-Lee Shimon, Avi Issacharoff, Itzik Cohen

Onde assistir: Netflix

Enredo: “Fauda”, que significa “Caos” em árabe, é uma série de televisão israelense com base nas experiências dos criadores da própria série nas Forças de Defesa de Israel. Fauda acompanha a história de ambos os lados do conflito Israel-Palestina. Doron (Lior Raz), comandante das Forças Especiais de Israel e sua equipe estão dentro dos territórios palestinos à procura do combatente do Hamas, Abu-Ahmed. Enquanto isso, Ahmed tenta escapar com sua família, lutando eternamente contra o Estado de Israel.

Comentário: “Fauda” é um thriller político e tem a capacidade de abarcar os lados opostos de guerra e de esquadrinhar os jogos de poder em cada um deles. Curiosamente, foi um sucesso entre israelenses e palestinos. Líder de um grupo das Forças Especiais de Israel que atua infiltrado em territórios árabes, Doron começou sua saga caçando uma nova e virulenta célula terrorista. Entrou, assim, em uma espiral que se torna mais sufocante a cada episódio, com muita ação e suspense. Além de ótimo ator, Lior Raz é o criador da série e tem conhecimento de causa: foi de uma unidade antiterrorismo no Exército de Israel. A série também trata de conflitos étnicos, éticos e dramas pessoais com base em eventos reais e dá uma oportunidade de ver o ponto de vista um do outro dentro do conflito. O terrorismo, então, não é só nas ruas, mas também é um terrorismo interno, pois todos vivem perturbados com qualquer assalto que pode se transformar em algo mais. A produção da série sofreu boicotes sob a justificativa de que promovia e legitimava os crimes de guerra cometidos por esquadrões da morte do exército israelense.

Cenas de “Fauda”, 2015

Série: A Casa de Papel, 2017/2021

Criação: Álex Pina

Elenco: Álvaro Morte, Úrsula Corberó, Itziar Ituño, Pedro Alonso, Paco Tous, Alba Flores

Onde assistir: Netflix

Enredo: Situada em Madri, “A Casa de Papel”é uma série de televisão espanhola de drama policial que traça dois assaltos liderados por um homem misterioso conhecido como “Professor” (Álvaro Morte) que recruta um grupo de pessoas, que escolhem nomes de cidades como pseudônimos, para realizar um plano ambicioso que envolve roubar a Casa da Moeda Real da Espanha e o Banco da Espanha. A trama é contada da perspectiva de um dos ladrões, Tóquio (Úrsula Corberó). A narrativa segue em tempo real e conta com flashbacks, saltos no tempo e motivações ocultas dos personagens. Além de se preocuparem com os reféns e com as forças policiais, os assaltantes criam conflitos entre eles próprios que geram muita tensão.

Comentário: A série recebeu vários prêmios e aclamação da crítica por seu enredo sofisticado, dramas interpessoais, direção segura e por tentar inovar a televisão espanhola. A série subverte o gênero criminal ao ser contada da perspectiva de uma mulher, onde a dinâmica emocional flui dentro do crime estratégico perfeito. A série não seria tão bem-sucedida se os seus personagens não fossem tão interessantes e peculiares. O grupo de ladrões, que foi aumentando com o passar das temporadas, nos fez torcer para que os crimes dessem certo porque conhecemos suas histórias, seus passados, paixões, bagagens e motivações. À medida que a série foi avançando, os episódios foram ficando mais emocionantes, com mais suspense, mais intimidades, deixando um ponto final na história do segundo roubo do grupo de ladrões, buscando não só o dinheiro, mas também atingindo o sistema político e econômico da Espanha. A série, enfim, além de ser empolgante, envolvente e bem fundamentada em sua história, deflagrou um processo de memes pela internet das máscaras utilizadas pelos assaltantes e teve audiência e aceitação internacional ao ser transmitida pela Netflix.

Cenas de “A Casa de Papel”, 2017/2021

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