Gêneros do Cinema
O cinema de aventura: Heróis, viajantes, conquistadores, exploradores e justiceiros

O cinema de aventura: Heróis, viajantes, conquistadores, exploradores e justiceiros

Definição e características

O gênero de cinema de aventura pode ser caracterizado como uma história onde um ou mais personagens enfrentam uma série de obstáculos, exibindo coragem ao enfrentar situações que fogem ao cotidiano.  A “Aventura” geralmente envolve um herói corajoso, altruísta e patriótico, disposto a lutar por suas crenças, que se envolve na luta pela liberdade, superando a opressão e ajudando a criar uma sociedade mais justa.   

Segundo muitos especialistas, filmes de aventura são aqueles com histórias excitantes que trazem novas experiências ou lugares exóticos, guardando nisso bastante semelhança com os filmes de ação os quais difere porque nestes há ênfase em cenas de violência e lutas, ao passo que naqueles o enredo permite que o espectador experimente viagens, conquistas, explorações e outras situações que desafiam os personagens principais, que podem ser ou não figuras históricas reais.

O gênero aventura é um trabalho ficcional, mas também pode ser documental, ambientado num período histórico ou num contexto presente, dramatizando as realizações de figuras históricas da época ou figuras atuais, incluindo reinos, impérios e batalhas, capa e espada, rebelião, pirataria, viagens, exploração e sobrevivência. Os personagens geralmente são mitificados e os conflitos são personalizados sobre a precisão da reconstituição histórica.

Uma seleção de filmes de aventura ao longo da história do cinema

Anos 30

Na década de 30, dois filmes foram importantes para o gênero de aventura. “Capitão Blood” e “As Aventuras de Robin Hood”, ambos com o astro Errol Flynn.

“Capitão Blood”, de 1935, foi dirigido por Michael Curtz, acompanha as aventuras de um médico irlandês escravizado. Após um bombardeio de piratas espanhóis na cidade de Port Royal, Jamaica, ele e seus companheiros acorrentados escapam e se tornam piratas do tipo Robin Hood. Ele é forçado a entrar nessa vida de pirataria e logo se torna o malandro mais temido dos mares. O filme deu fama ao ator Errol Flynn.

Em “As Aventuras de Robin Hood”, de 1938, também dirigido por Michael Curtiz, temos a lendária história do cavaleiro saxão Robin Hood, que na ausência do rei Ricardo Coração de Leão na Terra Santa durante as Cruzadas, luta como o líder fora da lei de uma guerrilha rebelde contra o príncipe John e os senhores normandos que oprimem os plebeus saxões. Robin rouba os ricos, dá aos pobres e corteja a adorável Lady Marian.

Capitão Blood, 1935

Cenas de “Capitão Blood”, 1935

As Aventuras de Robin Hood, 1938

Cenas de “As Aventuras de Robin Hood”, 1938

Anos 40

Na década de 40, dois filmes foram expressivos: “As Mil e Uma Noites” e “Capitão de Castela”, este último com o astro do cinema de então, Tyrone Power.

Em “As Mil e Uma Noites”, de 1942, dirigido por John Rawlins e interpretado pela atriz Maria Montez, é inspirado nos contos árabes de mesmo nome. No enredo, o californiano de Bagdá e seu irmão competem pelo trono, enquanto ambos se apaixonaram por uma bela dançarina, chamada Scheherazade, que deve escolher entre o amor verdadeiro e o poder. Com uma ambientação de época muito boa de uma Arábia milenar, o filme foi um sucesso.

“O Capitão de Castela”, de 1947, dirigido por Henry King e estrelado por Tyrone Power, se passa no México do século XVI. É uma aventura histórica que segue o nobre Pedro De Vargas que foge da Espanha após ofender um oficial da Inquisição. Pedro se junta a uma expedição ao México ao lado de Cortez, um infame conquistador. Em sua jornada pelo México, Pedro se apaixona por uma bela mulher e evita repetidamente as garras da Inquisição.

As Mil e Uma Noites, 1942

Cenas de “As Mil e Uma Noites”, 1942

O Capitão de Castela, 1947

Cenas de “O Capitão de Castela”, 1947

Anos 50

Nessa década, foram selecionados dois filmes de muito sucesso: “Uma Aventura na África” e “A Volta ao Mundo em 80 Dias”.

“Uma Aventura na África”, de 1951, dirigido por John Huston, se tornou um clássico e junta dois grandes atores, Humphrey Bogart e Katharine Hepburn, como um casal em apuros. No enredo, uma solteirona religiosa quer vingar seu irmão morto na Primeira Guerra Mundial na África e tenta convencer um dissoluto capitão do navio a vapor a destruir uma canhoneira alemã. Os dois passam a maior parte do tempo lutando entre si, e não com os alemães. O tempo sozinho no rio leva ao amor.

“A Volta ao Mundo em 80 Dias”, de 1956, dirigido por Michael Anderson, é um filme adaptado da obra homônima de Júlio Verne. No enredo, um cavalheiro inglês, Phileas Fogg, desafia seus colegas membros do Reform Club que ele viajará ao redor do mundo em 80 dias e se propõe a provar seu ponto de vista. O filme é uma diversão garantida correndo em várias partes do mundo. Foi um tremendo sucesso e trouxe o ator mexicano Cantinflas num show de interpretação.

Uma Aventura na África, 1951

Cenas de “Uma Aventura na África, 1951

A Volta ao Mundo em 80 Dias, 1956

Cenas de “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, 1956

Anos 60

Nessa década, dois filmes foram escolhidos: “As Aventuras do Ladrão de Bagdá” e “Jasão e os Argonautas”.

“As Aventuras do Ladrão de Bagdá”, de 1961, dirigido por Bruno Vailati  e Arthur Lubin, é uma saborosa fantasia de um conto árabe muito famoso. No enredo, um ladrão típico dos contos de “As Mil e Uma Noites” enfrenta incêndios, inundações, magias e criaturas em busca de uma rosa azul necessária para salvar uma princesa. É um ótimo entretenimento com uma ambientação de época fantástica, muito colorida, e nos traz uma competição aventureira pelo amor de uma mulher.

“Jasão e os Argonautas”, de 1963, dirigido por Don Chaffey, é uma clássica adaptação do poema épico de Apolônio de Rodes. O filme trafega por mitos milenares gregos e nos causa ansiedade e medo ao longo da narrativa. Jasão, um jovem em busca do mágico Velocino de Ouro, inicia uma viagem com alguns dos melhores guerreiros da Grécia. Em sua perigosa jornada, os heróis lutam contra uma hidra, um gigante de ferro, algumas harpias e um exército de esqueletos. Os efeitos especiais foram feitos em animações em stop-motion

As Aventuras do Ladrão de Bagdá, 1961

Cenas de “As Aventuras do Ladrão de Bagdá”, 1961

Jasão e os Argonautas, 1963

Cenas de “Jasão e os Argonautas”, 1963

Anos 70

Na década de setenta, foram selecionados dois filmes empolgantes: “Os Três Mosqueteiros” e “O Homem Que Queria Ser Rei”.

Em “Os Três Mosqueteiros”, de 1973, dirigido por Richard Lester, temos um filme delicioso adaptado da obra literária homônima do escritor francês Alexandre Dumas. O filme acompanha um jovem espadachim, D’Artagnan, que chega a Paris e enfrenta vilões, romance, aventura e intrigas palacianas com três amigos Mosqueteiros, Aramis, Phortos e Athos. Divertido, irreverente e frenético com uma equipe de atores sensacional, o filme é uma joia do cinema de capa e espada.

“O Homem Que Queria Ser Rei”, de 1975, dirigido por John Huston, é baseado em um conto de Rudyard Kipling. É um ótima narrativa sobre a ganância pelo poder e riqueza fácil. No enredo, dois ex-suboficiais desonestos do Exército Indiano Britânico saem da Índia Britânica no século 19 em busca de aventura. A jornada os transporta para o Kafiristão, que eles acabam governando e explorando os nativos e suas crenças. A dupla de atores Sean Connery e Michael Caine estão em plena sintonia.  

Os Três Mosqueteiros, 1973

Cenas de “Os Três Mosqueteiros”, 1973

O Homem Que Queria Ser Rei, 1975

Cenas de “O Homem Que Queria Ser Rei”, 1975

Anos 80

Nessa década, escolhemos dois filmes de aventura eletrizantes e bem conduzidos: “Os Caçadores da Arca Perdida” e “Tudo Por Uma Esmeralda”.

“Os Caçadores da Arca Perdida”, de 1981, dirigido por Steven Spielberg, é um clássico da aventura. A ideia era fazer uma versão moderna dos seriados dos anos 1930 e 1940. E deu muito certo. No enredo, o professor de arqueologia Indiana Jones, vivido por Harrisson Ford, se aventura a apreender um artefato bíblico conhecido como Arca da Aliança. Ao fazer isso, ele luta contra os nazistas. Num ritmo incessante e muito gostoso, o filme foi um grande sucesso.

“Tudo Por Uma Esmeralda”, de 1984, dirigido por Robert Zemeckis, remonta aos clássicos seriados de televisão com uma aventura repleta de ação, humor e animada pela química cintilante entre seus protagonistas principais: Michael Douglas e  Kathleen Turner. No enredo, uma escritora solitária gasta seu tempo escrevendo e fantasiando o homem perfeito. Mas sua vida muda de rumo quando ela viaja para resgatar sua irmã, sequestrada, e se descobre procurando um tesouro com o homem de seus sonhos, um aventureiro bonitão.

Os Caçadores da Arca Perdida, 1981

Cenas de “Os Caçadores da Arca Perdida”, 1981

Tudo por Uma Esmeralda, 1984

Cenas de “Tudo por Uma Esmeralda”, 1984

Anos 90

Nos anos 90, selecionamos dois filmes que tiveram sucesso: “1492, A Conquista do Paraíso” e “A Máscara do Zorro”.

“1492, A Conquista do Paraíso”, de 1992, dirigido por Ridley Scott, foi uma grande produção épica. Narra a história do navegador genovês Cristóvão Colombo (Gerard Depardieu) e o efeito que sua descoberta do Novo Mundo teve sobre os povos ameríndios. Além de contar os fatos marcantes do descobrimento da América, o filme mostra Colombo como alguém que está realizando algo grandioso, cumprindo um ritual digno de herói. Ele terminou esquecido e foi seu filho que escreveu uma biografia colocando seu pai no seu verdadeiro lugar na história.

“A Máscara do Zorro”, de 1998, dirigido por Martin Campbell, é baseado no personagem lendário Zorro que fez muito sucesso na televisão, mas com uma abordagem diferenciada. É um filme divertido de assistir. O filme se passa em meados do século XIX, quando o ousado justiceiro mascarado conhecido como Zorro lutava pelo povo da Califórnia (que na época era propriedade do México) contra a corrupção e tirania do governador local.

1492, A Conquista do Paraíso, 1992

Cenas de “1492, A Conquista do Paraíso”, 1992

A Máscara do Zorro, 1998

Cenas de “A Máscara do Zorro”, 1998

Anos 2000

Nos anos 2000, foram selecionados quatro filmes de aventura: “Mestre dos Mares, O Lado Mais Distante do Mundo”, “Piratas do Caribe, A Maldição do Pérola Negra”, “Rei Arthur, A Lenda da Espada” e “Cruzeiro na Selva”.

“Mestre dos Mares, O Lado Mais Distante do Mundo”, de 2003, dirigido por Peter Weir, é um filme que se passa durante as Guerras Napoleônicas no início do século XIX. É um épico de navegação onde o capitão Jack Aubrey (Russel Crowe) ordena que sua equipe saia em busca de um navio de guerra francês. No entanto, quando sua própria nave é fortemente danificada, o seu destino são as ilhas Galápagos onde fará uma exploração científica sobre a fauna e a flora do local.

“Piratas do Caribe, A Maldição do Pérola Negra”, de 2003, dirigido por Gore Verbinski, é um filme de pirataria surpreendente. Animado, divertido, aventureiro e com caracterizações marcantes, o filme se passa no século XVII e conta a história do pirata Jack Sparrow (Jonny Depp, cheio de maneirismos) que parte com a ajuda de Will Turner (Orlando Bloom) em busca de seu navio roubado e que foi atingido por uma terrível maldição que faz com que sua tripulação navegue eternamente pelos oceanos e se transforme em esqueletos à noite.

Mestre dos Mares, O Lado Mais Distante do Mundo, 2003

Cenas de “Mestre dos Mares, O Lado Mais Distante do Mundo”, 2003

Piratas do Caribe, A Maldição do Pérola Negra, 2003

Cenas de “Piratas do Caribe, A Maldição do Pérola Negra”, 2003

“Rei Arthur, A Lenda da Espada”, de 2017, dirigido por Guy Ritchie, é uma adaptação moderna e com muita fantasia sobre a eterna lenda do Rei Arthur na Grã-Bretanha antiga. A narrativa segue as suas aventuras desde a infância até à famosa Távola Redonda. Ao se deparar com seu destino através da espada Excalibur, Arthur deve unir seu povo e partir para a luta contra o tirano Vortigern, que destruiu sua família. O filme tem muitos efeitos especiais.

“Cruzeiro na Selva” (Jungle Cruise), de 2021, dirigido por Jaume Collet-Serra, é um filme de aventura contagiante, divertido, com um visual fascinante e uma história que nos remete às fantasias da nossa infância. No enredo, a pesquisadora Lily Houghton (Emily Brunt) e seu irmão se unem a Frank (Dwayne Johnson), um capitão de um barco a vapor, para localizar uma árvore mística na Amazônia. No entanto, eles são perseguidos por entidades malignas que desejam a imortalidade.

Rei Arthur, A Lenda da Espada, 2017

Cenas de “Rei Arthur, A Lenda da Espada”, 2017

Cruzeiro na Selva, 2021

Cenas de “Cruzeiro na Selva”, 2021

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