Transatlântico, Cowboy de Copenhagen e Rainha Cleópatra, três séries que tratam de refugiados, vingança e figura histórica
Série: Transatlântico, 2023
Criação: Julie Orringer
Direção: Stéphanie Chuat; Véronique Reymond e Mia Meyer
Elenco: Gillian Jacobs, Lucas Englander, Cory Michael Smith, Amit Rahav, Corey Stoll
Onde assistir: Netflix
Enredo: Um jornalista americano, na França de 1940/41 durante a segunda guerra mundial, consegue uma passagem segura de navio para fora da França ocupada pelos nazistas em direção aos EUA com mais de 2.000 refugiados que correm o risco de perder suas vidas. O plano foi montado pelo Comitê de Resgate Americano, um projeto de salvamento para refugiados. O comitê consiste em dar apoio para quem fugiu dos campos de concentração nazista na Alemanha; em especial, judeus.
Comentário: Ainda que a minissérie “Transatlântico” seja inspirada em um romance literário, a história abordada na série de fato ocorreu. O Comitê de Resgate Americano (Emergency Rescue Committee, no original) existiu e realizou operações de resgate e fuga de refugiados durante a Segunda Guerra Mundial na Europa. O grupo agiu entre 1940 e 1941, com a base do projeto localizada em Nova Iorque. O comitê foi criado pelo jornalista americano Varian Fry (1907 – 1967) em 1940. Após uma viagem para a Alemanha em 1935, Fry ficou horrorizado com o autoritarismo nazista praticado contra grupos minoritários como judeus, homossexuais, ciganos, deficientes e críticos do Terceiro Reich. As ações do Comitê de Resgate Americano consistiam em acolher, repatriar e facilitar a fuga de refugiados que chegavam na França para se esconder das autoridades nazistas. Nesse plano de salvamento, o Comitê conseguiu salvar mais de duas mil pessoas presentes na lista de foragidos do Terceiro Reich. Entre os nomes, estavam os artistas plásticos Marc Chagall, Marcel Duchamp, Remedios Varo, Max Ernst e Wilfredo Lam; os escritores Andre Breton e Hannah Arendt, o escultor Jacques Lipchitz, entre muitos outros artistas, cientistas, jornalistas e intelectuais dissidentes da ideologia nazista.
Cenas de “Transatlântico”, 2023
Série: Cowboy de Copenhagen, 2023
Direção : Nicolas Winding Refn
Elenco: Ângela Bundalovic, Lola Corfixen, Andreas Jorgensen, Zlatko Buric, Maria Erwolter
Onde assistir: Netflix
Enredo: A trama de estilo noir tem como foco a jovem enigmática Miu (Angela Bundalovic), que após sofrer durante toda a sua vida de exploração, tráfico sexual entre outras coisas, anseia por um recomeço. Para isso, porém, ela precisará lidar com o submundo do crime de Copenhagen a fim de buscar justiça e vingança contra sua rival Rakel. Após o encontro, ambas embarcam em uma jornada entre o natural e o sobrenatural, e logo descobrem que não estão sozinhas.
Comentário: A série “Cowboy de Copenhagen” é extremamente artística e com uma técnica cinematográfica refinada. Trata-se de uma narrativa de uma heroína misteriosa que vai buscar sua própria vingança pessoal. A narrativa é lenta e tem como pano de fundo um mundo distópico, repleto de frames em neon e muita violência, além de drogas, sexo e suspense. Assim, logo é possível notar a mistura entre a estética neo-noir e cyberpunk, características já vistas em outros projetos do diretor Nicolas Winding Refn, responsável pela série. A trilha sonora instrumental cheia de sintetizados também compartilha da narrativa. A dona do estabelecimento acredita que Miu tem poderes mágicos e pode inclusive fazê-la engravidar, apesar da idade avançada. Mesmo assim, não a livra da exploração. Enquanto isso, um jovem assassino. A série “Cowboy de Copenhagen” se transforma de uma simples histórica de vingança para algo maior, mais misterioso e mais complexo. Um conto de fuga vira um épico de crime e, eventualmente, termina como a mais bizarra história de super herói visionário ou à toa. Vestida de um agasalho esportivo azul que essencialmente é seu uniforme e armadura, dotada de poderes psíquicos inexplicáveis e surpreendentemente talentosa nas artes maciais, Miu coleciona as vidas de inimigos enquanto tenta ajudar mães e filhas, mulheres exploradas e traficantes com coração de ouro.
Cenas de “Cowboy de Copenhagen”, 2023
Série: Rainha Cleópatra, 2023
Direção: Tina Gharavi
Elenco: Jada Pinkett Smith, Adele James, Craig Russel
Onde assistir: Netflix
Enredo: Cleópatra consegue ser poderosa no Egito, ainda que sendo mulher. Por meio de reconstituições e entrevistas, este drama documental mostra como Cleópatra, a última faraó do Egito, lutou para proteger seu trono, família e legado.
Comentário: Cleópatra é uma das figuras mais conhecidas e mais polêmicas da história, e geralmente não no bom sentido. Fontes históricas tradicionais afirmam que ela era uma tirana e com variantes sexuais com o militar Júlio César e seu auxiliar Marco Antônio. Mas, o que é importante saber é que a Rainha egípcia foi uma mulher de idade nova, erudita, revolucionária para a época e que assumiu sua realeza, como alguém que salvou seu país, o Egito, sacrificando-se. Ela foi uma mulher poderosa, muito raro na época. Não era branca como disseram por muitos séculos. Ela foi provavelmente uma mulher de cor marrom escuro. Esse documentário “Rainha Cleópatra” convida o espectador a entender um lado que o sistema de cinema de Hollywood não mostra sobre uma das mulheres mais famosas e poderosas da história. Com produção executiva de Jaida Pinkett Smith, a minissérie conta a história de Cleópatra, última faraó do Egito que construiu um reinado próspero que ficou marcado para a eternidade. Através de reconstituições cênicas, o drama documental busca reforçar o legado da grande rainha do Nilo.
Cenas de “Rainha Cleópatra”, 2023
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