O Cinema Blockbuster e as Franquias
Na segunda década dos anos 2000, novos blockbusters e novas franquias inovaram e alcançaram muito sucesso

Na segunda década dos anos 2000, novos blockbusters e novas franquias inovaram e alcançaram muito sucesso

Uma seleção de filmes Blockbusters entre 2010 e 2020, tratando de ficção-científica, delírios artísticos, indignação, animação, escravidão e luta de classes

Em 2010, foi lançado “A Origem”, dirigido por Christopher Nolan. O filme é do gênero ficção-científica e tem muita ação. O roteiro foi inspirado nos conceitos de sonhos lúcidos e incubação de sonhos. O ator Leonardo DiCaprio faz o papel de Dom Cobb, um ladrão especializado em extrair informações do inconsciente dos seus alvos durante o sonho. Incapaz de visitar seus filhos, Cobb tem a chance de vê-los em troca de um último trabalho: fazer a inserção, plantar a origem de uma ideia na mente de um rival de seu cliente. O filme impactou com seu cenário futurista que convida o espectador a habitar um espaço de hesitação e dúvida entre realidade e sonho.

“A Origem”, 2010, e a linha tênue entre realidade e sonho

Em 2011, o filme “Cisne Negro” foi lançado e dirigido por Darren Aronofsky. O enredo gira em torno de uma produção do balé dramático O Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky, por uma companhia de prestígio da cidade de Nova Iorque. A comprometida e perfeccionista Nina (Natalie Portman) é a escolha perfeita para o papel do Cisne. Mas, quando ela tem de competir com outra bailarina recém chegada Lily (Mila Kunis), Nina é dominada por uma imensa pressão pelo papel, fazendo com que ela perca o senso da realidade e caia num pesadelo vivo. Geralmente descrito como um suspense psicológico, “Cisne Negro” pode ser interpretado como uma metáfora para a busca da perfeição artística, com todos os desafios físicos e psicológicos que isso acarreta. Em outras palavras, o filme mostra uma representação visual e intimista da odisseia psíquica de Nina para alcançar seu objetivo.

“Cisne Negro”, 2011, e a odisseia psíquica da bailarina Nina

Cenas de “Cisne Negro”, 2011

Em 2013, um novo talento despontou no cinema americano. Trata-se de Steve McQueen, um cineasta negro que resgatou o tema da escravidão no premiado filme “12 Anos de Escravidão”. O filme é do gênero drama histórico-biográfico e conta a história real de Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um negro livre nascido no estado de Nova Iorque, que em 1841 é sequestrado em Washington, D.C. e vendido como escravo, sendo forçado a trabalhar em plantações de algodão na Louisiana por 12 anos, até ser libertado.

O filme é chocante, realista, abordando as condições de trabalho e as relações entre escravos e senhores no Deep South americano. Venceu o Oscar de melhor filme e teve aceitação de público e de crítica. Além do ator negro Chiwetel Ejiofor no papel principal, o filme lançou a atriz negra Lupita Nyong’o para o estrelato.

“12 Anos de Escravidão”, 2013, sofrimento e injustiça

Em 2014, o excêntrico diretor Wes Anderson, conhecido por seus filmes esteticamente desconcertantes e histórias surreais, rodou “O Grande Hotel Budapeste” com um grande elenco. O filme é uma mistura de drama e comédia, que acompanha Monsieur Gustave H. (Ralph Fiennes), famoso concierge de um resort nas montanhas do século XX no país fictício de Zubrowka. Quando Gustave é acusado do assassinato de uma viúva rica (Tilda Swinton), ele e seu protegido Zero (Tony Revolori) embarcam em uma busca pela fortuna e uma pintura renascentista de valor inestimável em meio a um regime fascista invasor e uma perseguição de gato e rato com rivais. 

Com uma fotografia e uma direção de arte impecáveis, que transformam o filme num mosaico de cores e de cenas que aparentam quadros artísticos, “O Grande Hotel Budapeste” é um filme visual e com uma história de humor satírica, além de uma rica variedade de caricaturas humanas.

“O Grande Hotel Budapeste”, 2014, e seus personagens excêntricos

Em 2015 um filme de animação teve muito sucesso e mostrou ser inteligente, sensível e escancarou de maneira divertida os sentimentos humanos, frágeis e mutáveis. Trata-se de “Divertida Mente”, produzido pela Pixar Animation Studios e lançado pela Walt Disney Pictures, e dirigido e co-escrito por Pete Docter. O filme se passa na mente de uma menina, Riley Andersen (Kaitlyn Dias), onde cinco emoções — Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojo— tentam conduzir sua vida quando ela se muda com seus pais (Diane Lane e Kyle MacLachlan) para uma nova cidade.

O filme aborda os estados da mente que deflagram as variações emotivas da personagem em situações diversas. O interessante é que os sentimentos possuem cores específicas, o que fornece um visual engraçado e cativante.

“Divertida Mente”, 2015, e os sentimentos humanos frágeis e mutáveis

Cenas de “Divertida Mente”, 2015

Ainda em 2015, um filme inovador, diferente, chamado “Birdman” foi lançado e dirigido por Alejandro González Inárritu. O filme é praticamente um longo plano sequência, uma única tomada, com cortes encobertos e que narra a história de Riggan Thomson (Michael Keaton), um ator de Hollywood famoso por interpretar um super-herói chamado Birdman e que caiu no ostracismo, enquanto ele luta para montar uma adaptação na Broadway de um conto escrito por Raymond Carver.

O filme é permeado por confusões artísticas, crises familiares e marcado também por tormentos do personagem principal que não consegue escapar de seu estigma de super-herói, o Birdman. O filme é tecnicamente impecável, frenético, delirante e nos absorve do início ao fim.

“Birdman”, 2015, e o estigma torturante de super-herói

Em 2017 foi produzido o filme “Três Anúncios para Um Crime”, dirigido por Martin McDonagh. O filme é um drama policial que acompanha a moradora Mildred Hayes (Frances McDormand) que, inconformada com a ineficácia da polícia em encontrar o culpado pelo brutal assassinato de sua filha, decide protestar publicamente alugando três outdoors em uma estrada. A inesperada atitude repercute em toda a cidade e suas consequências afetam várias pessoas, especialmente o doente Delegado Willoughby (Woody Harrelson) e o agitado e perigoso policial Jason (Sam Rockwell).

O filme trata das consequências emocionais de um assassinato, como raiva, ódio, culpa e perdão, sentimentos que são vivenciados pelos personagens em um processo de sofrimento e redenção. Todos precisam superar seus problemas e suas dores.

“Três Anúncios para um Crime”, 2017, e seus personagens em catarse emocional

Em 2019 surgiu o impactante “Coringa”, com uma interpretação incrível do ator Joaquim Phoenix, que vive o protagonista, e vencedor do Oscar de melhor ator. É um filme de suspense psicológico dirigido por Todd Phillips. Baseado no personagem de mesmo nome da DC Comics, “Coringa” é ambientado em 1981, e representa Arthur Fleck, um comediante de stand-up fracassado, que, ao se sentir rejeitado pela sociedade, é levado à loucura e se envolve em uma vida de crimes e caos em Gotham City.

É um personagem forte, icônico, que já foi explorado em filmes de Batman, mas que dessa vez se tornou a figura central numa abordagem extremamente psicológica, arrebatadora.

“Coringa”, 2019, uma figura icônica, cara de palhaço e mente perversa

Ainda no ano de 2019 foi lançado o premiadíssimo “Parasita”. O filme é político,  resgata o conceito de luta de classes e fala de pessoas de verdade que experimentam na pele as consequências de uma situação social e econômica predatória. O diretor sul coreano Bong Joon-Hon lança a pergunta: o que você faria se surgisse a oportunidade de triunfar na selva capitalista? A resposta está numa família pobre de golpistas, mais por necessidade do que por opção, que se entrelaça na casa e na vida de uma família rica.

O filme tem drama e comédia, e até violência, mas sua preocupação é expor o abismo que separa ricos e pobres, o fosso entre os que não tem nenhum dinheiro e os que tem muito dinheiro. A crítica é forte e a luta pela sobrevivência tem consequências imprevisíveis. O filme e se tornou um clássico moderno.

“Parasita”, 2019, e a família miserável que se torna golpista

Cenas de “Parasita”, 2019

Novas Franquias se estabelecem com temáticas diversas de detetive, simbologia, mundo apocalíptico, horror e super-heróis

Em 2009, o famoso detetive Londrino criado por Sir Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes, teve uma nova adaptação cinematográfica dirigida por Guy Ritchie e interpretada por Robert Downey Jr., como Sherlock, e Jude Law, como Dr. Watson. Foram realizados dois filmes e existe uma terceira produção que está sendo ansiosamente aguardada. O excêntrico detetive sofreu uma abordagem diferente das usuais, mas manteve suas manias, vícios, observações aguçadas e uma mente brilhante.

No primeiro filme de 2009, o excêntrico detetive Holmes e seu companheiro Watson são contratados por uma sociedade secreta para frustrar a trama de um perigoso e assassino místico que deseja controlar a Grã-Bretanha por meios aparentemente sobrenaturais. Já no segundo filme de 2011, intitulado “Jogo das Sombras”, Sherlock enfrenta a astúcia e a violência de seu arqui-inimigo professor Moriarty que trama desencadear uma guerra mundial.

“Sherlock Holmes”, 2009 e 2011, uma nova abordagem, divertida e brilhante

Cenas de “Sherlock Holmes, Jogo das Sombras”, 2011

Após o sucesso editorial do escritor Dan Brown, o diretor americano Ron Howard adaptou seus três principais best-sellers: “O Código Da Vinci”, em 2006, “Anjos e Demônios”, em 2009, e “Inferno”, 2016. Os livros, e também os filmes, giram em torno do Professor Robert Langdon, um simbologista americano de renome da Universidade de Harvard. O ator Tom Hanks encarnou com perfeição a figura do Professor que tem de desvendar assassinatos, enigmas, segredos religiosos, tramas de sociedades secretas e atos terroristas em nome de Deus ou de crenças milenares e mitológicas.  

Os três filmes da franquia do simbologista Robert Langdom

Três Super-heróis foram adaptados pelo cinema com tecnologia digital de ponta: “Homem de Ferro”, “Thor” e “Capitão América”. Todos tiveram muito sucesso. Falaremos de cada um.

“Homem de Ferro”, lançado em 2008, trata da história de Tony Stark (Robert Downey Jr.), um industrial playboy, que, quando capturado, ele constrói um traje blindado de alta tecnologia para escapar. Depois desse feito, ele decide aperfeiçoar seu traje e usá-lo para lutar contra as forças do mal para salvar o mundo. Foram produzidos três filmes.

Já “Thor”, de 2011, curiosamente dirigido pelo Skakespeariano Kenneth Branagh, conta a história de Thor (Chris Hemsworth) , o príncipe herdeiro do Reino de Asgard, banido à Terra por seu pai Odin, e despojado de seus poderes. Thor deve provar ser digno e recuperar seu martelo, o Mjöllnir, e lutar contra seu irmão, Loki. Já foram produzidos três filmes.

“Capitão América” foi lançado também em 2011, e conta a história de Steve Rogers (Chris Evans), um soldado fraco e magro, que se alista no exército. No entanto, por conta de sua saúde frágil, é rejeitado. É então que aparece o Dr. Erskine, que oferece a Rogers a oportunidade de participar de um projeto experimental para criar um “super-soldado”. Daí, Rogers se transforma no herói Capitão América que combate na segunda guerra mundial.

“Homem de Ferro”, 2008, “Thor”, 2011, e “Capitão América”, 2011

Em 2012, o filme “Jogos Vorazes” ganhou o público e se tornou uma franquia poderosa. A história é estabelecida em um período pós-apocalíptico na nação de Panem, o que sobrou dos EUA após uma devastadora guerra, contando com um regime totalitário que celebra seu  aniversário com um evento conhecido como Jogos Vorazes, onde jovens são selecionados para participar de um reality show mortal, um misto de entretenimento e intimidação do governo.

O filme “Jogos Vorazes” adapta os livros de Suzanne Collins, onde uma jovem chamada Everdeen (Jennifer Lawrence), jogadora voluntária, dará início a uma revolução contra o temível e cruel presidente Coriolanus Snow (Donald Sutherland). O filme já teve quatro produções de sucesso.

“Jogos Vorazes”, 2012, uma franquia de luta apocalíptica com quatro filmes

Lançada entre os anos de 2012 e 2019, a franquia intitulada de “Os Vingadores”, também conhecido como The Avengers produziu quatro filmes. É uma franquia de super-heróis estadunidense, baseado nos personagens da Marvel Comics, produzido pela Marvel Studios e distribuído pela Walt Disney Studios Motion Pictures. A franquia foi escrita e dirigida por Joss Whedon e estrelada por um elenco de estrelas, que inclui: Robert Downey, Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Tom Hiddleston e Samuel L. Jackson. Na história, Nick Fury, diretor da organização da paz S.H.I.E.L.D., recruta Homem de Ferro, Capitão América, Hulk e Thor para formar uma equipe que deve impedir o irmão de Thor, Loki, de subjugar a Terra.

“Os Vingadores”, uma franquia de super-heróis da Marvel que arrasou nas bilheterias pelo mundo

Cenas de “Os Vingadores, Ultimato”, 2019

Em 2013, a temática do mal produziu uma franquia de sucesso. Trata-se de do thriller de horror “Invocação do Mal”, dirigido por James Wan. Essa franquia é para os amantes de filmes de terror. A história narra que a família Perron muda-se para uma casa de fazenda numa pequena e isolada cidade de Harrisville, onde experimentam fenômenos sobrenaturais. Eles consultam demonologistas, o casal Ed e Lorraine Warren, também chamados de investigadores paranormais, para ajudá-los a se livrar da entidade maligna que os assombra. “Invocação do Mal” é considerado por muitos críticos de cinema o melhor filme de assombração das últimas décadas.

“Invocação do mal”, uma franquia de horror, sobrenatural, muito apreciada pela crítica e pelo público

Por fim, o megassucesso “Pantera Negra” foi lançado em 2018 e dirigido por Ryan Coogler. O filme narra a história de T’Challa , um herói negro que volta para casa como rei de Wakanda, mas encontra sua soberania desafiada por um adversário de longa data em um conflito que tem consequências globais. É mais um super-herói do universo da Marvel Comics que foi muito elogiado e lançou o ator Chadwick Boseman para o estrelato mundial. Infelizmente, o ator negro morreu prematuramente. “Pantera Negra” é considerado o filme mais político da Marvel.

“Pantera Negra”, 2018, e a luta pelo poder em Wakanda

Cenas de “Pantera Negra”, 2018

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